Empresário acusado de locaute continua preso no Rio Grande do Sul
Preso temporariamente sob acusação de interferir na paralisação de caminhoneiros, Vinícius Pellenz segue detido em Porto Alegre (RS). Na manhã de hoje (1º), o empresário, identificado pela Polícia Federal (PF) como autor de aviso ameaçador compartilhada por grupos de mensagens eletrônicas, foi conduzido para audiência de custódia, na qual o juiz de plantão vai avaliar a necessidade de mantê-lo preso.
Pellenz foi detido ontem (31), durante a Operação Unlocked, deflagrada pela PF com o apoio da Brigada Militar, para reprimir a prática de locaute em rodovias do Rio Grande do Sul. O locaute é a greve ou a paralisação realizada por ou com o incentivo de empresários e é proibida por lei.
O empresário é filho de Celson Pellenz, presidente da Irapuru, empresa de transporte e logística com sede em Caxias do Sul e há 48 anos operando no mercado. Segundo a assessoria da Irapuru, Vinícius não tem cargo, não é sócio da empresa e qualquer “pretensa ação que lhe seja imputada” não expressa a posição da companhia.
Por meio de nota, a empresa garante que opera normalmente e que espera que as informações divulgadas pela imprensa, de uma suposta participação na greve dos caminhoneiros, sejam esclarecidas o mais rápido possível. A Irapuru afirmou também ter sofrido os efeitos da paralisação de 11 dias dos caminhoneiros.
Provas contundentes
A Agência Brasil não conseguiu contato com advogado de Pellenz, que, em entrevistas a veículos de notícias locais, revelou que seu cliente nega ter ameaçado motoristas que cogitavam deixar a paralisação e furar os bloqueios montados em rodovias gaúchas.
Ontem, o superintendente regional da Polícia Federal, delegado Alexandre Isbarrola, afirmou que a PF tinha “provas contundentes” da prática de locaute por donos de transportadoras gaúchas. Sem mencionar nomes, o superintendente disse que “uma grande transportadora atuava com violência e grave ameaça”.
De acordo com o delegado, comboios de veículos eram mobilizados seguindo as ordens de empresários. Os manifestantes abordavam os caminhões que trafegavam pelas rodovias BR 116, RS 122 e RS 452, obrigando-os a parar. Segundo o superintendente, o objetivo era gerar o desabastecimento de grãos e de proteína animal na região serrana dlo estado.