logo Agência Brasil
Geral

Paraisópolis: familiares de vítimas pedem a Doria transparência

Defensoria Pública acompanha investigações sobre morte de nove jovens
Elaine Patrícia Cruz - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 09/12/2019 - 21:54
São Paulo
 Beco é grafitado para homenagear os jovens mortos em Paraisópolis no ultimo domingo (1/12).
© Rovena Rosa/Agência Brasil

Lideranças comunitárias de Paraisópolis se reuniram no final da tarde de hoje (9) com o governador de São Paulo, João Doria, para cobrar transparência nas investigações sobre a morte de nove jovens durante ação policial em baile funk, no dia 1º de dezembro. 

Participaram ainda do encontro familiares das vítimas, membros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da Defensoria Pública e do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe). O secretário de Segurança Pública, general João Camilo Pires de Campos, também participou da reunião.

 Beco é grafitado para homenagear os jovens mortos em Paraisópolis no ultimo domingo (1/12).
Beco é grafitado para homenagear os jovens mortos em Paraisópolis no ultimo domingo (1/12). - Rovena Rosa/Agência Brasil

Gilson Rodrigues, da União dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis, disse que a comunidade pediu o afastamento dos 38 policiais envolvidos na ocorrência e a ida do secretário de Segurança até a comunidade para conversar com os moradores. Segundo a defensora pública Ana Carolina Schwan, durante as investigações os policiais serão afastados das ruas, passando a desenvolver trabalhos administrativos

Segundo a procuradora-geral do Estado, Lia Porto, na reunião as famílias das vítimas cobraram transparência no inquérito policial que apura as causas das nove mortes. “(Há) Transparência total em relação ao inquérito. A Defensoria já se colocou à disposição para acompanhar o inquérito. Rigor, rapidez, transparência e eficiência nas investigações (é o que as famílias pedem)”, disse ela..

Atendimentos

Comunidade de Paraisópolis.
Comunidade de Paraisópolis. - Rovena Rosa/Agência Brasil

Segundo a defensora pública Ana Carolina Schwan, a Defensoria iniciou hoje o atendimento domiciliar das vítimas e dos parentes das vítimas. “A Defensoria esteve na comunidade de Paraisópolis na quinta e na sexta-feira fazendo atendimentos. Estamos organizando também outros pontos de atendimento na cidade a pedido da comunidade. Hoje iniciamos os atendimentos domiciliares das famílias das vítimas para colher a necessidade e individualidade deles”.

Dia de reuniões

Antes do encontro com Doria, as lideranças comunitárias de Paraisópolis se reuniram, pela manhã, com moradores do Morumbi, bairro vizinho de classe alta. Na reunião, eles decidiram pedir à prefeitura que seja criada uma subprefeitura de Paraisópolis/Morumbi. Hoje eles se submetem à subprefeitura do Campo Limpo.

Já a tarde, eles se reuniram com secretários municipais e estaduais na União dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis. O secretário de Segurança Pública não participou. Nessa reunião, eles encaminharam uma lista de demandas aos governos municipal e estadual e ficou acertada a criação de seis grupos de trabalho para lidarem com os pedidos feitos pela comunidade.