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Operação Gaveteiro da PF investiga extinto Ministério do Trabalho

Um dos alvos é Ronaldo Nogueira, ex ministro e atual presidente Funasa
Alex Rodrigues – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 06/02/2020 - 11:53
Brasília
O deputado Ronaldo Nogueira discursa na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados, durante lançamento da campanha Jornadas Brasileiras de Relações do Trabalho.
© Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Desde as primeiras horas da manhã de hoje (6), a Operação Gaveteiro da Polícia Federal cumpre dois mandados de prisão preventiva e 41 mandados de busca e apreensão para investigar indícios de irregularidades no extinto Ministério do Trabalho. Os mandados estão sendo cumpridos em endereços residenciais e comerciais do Distrito Federal, Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul.

Um dos alvos da ação é o ex-ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira. Atual presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Nogueira esteve à frente do ministério entre maio de 2016 e os últimos dias de dezembro de 2017, quando pediu demissão para reassumir o mandato como deputado federal pelo Rio Grande do Sul e também concorrer nas eleições de 2018, não tendo sido reeleito.

Em nota, a Polícia Federal (PF) disse que os investigados são suspeitos do desvio de mais de R$ 50 milhões do ministério, entre 2016 e 2018. O esquema se dava por meio de uma empresa de tecnologia da informação, contratada para desenvolver um software que deveria ser usado para detectar fraudes na concessão do seguro-desemprego.

Os primeiros indícios de crime surgiram a partir de relatório da Controladoria-Geral da União (CGU).

Além dos mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão, a Justiça Federal determinou o bloqueio de cerca de R$ 76 milhões que, segundo a PF, estão investidos em contas bancárias pertencentes aos investigados. Os suspeitos foram proibidos de deixar o Brasil.

Os envolvidos responderão pelos crimes de peculato, organização criminosa, fraude à licitação, falsificação de documento particular, corrupção ativa e passiva, com penas que, se somadas, podem chegar a mais de 40 anos de prisão.

Em nota divulgada hoje, a Funasa informa que "não foi dirigida a ela qualquer mandado, assim como tão pouco ao seu presidente, Ronaldo Nogueira."

Procurados, Ministério da Saúde (ao qual a Funasa está subordinada) e Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, do Ministério da Economia (que absorveu as atribuições e estruturas do antigo Ministério do Trabalho) não se manifestaram até o momento.

A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Ronaldo Nogueira.

Matéria ampliada às 13h15