Diplomata é eleita primeira mulher presidenta na Croácia
A ex-ministra dos Negócios Estrangeiros Kolinda Grabar Kitarovic foi eleita nesse domingo (11) presidenta da Croácia, no segundo turno das eleições presidenciais, quando foram apurados 99,3% dos votos, divulgou a comissão eleitoral central. Kolinda é a primeira mulher presidenta nos países da região dos Balcãs, eleita por sufrágio universal. Balcãs é nome geográfico para designar a Região Sudeste da Europa.
"Kolinda Grabar Kitarovic venceu uma luta democrática e felicito-a", disse, ao reconhecer a derrota, o atual presidente, o social-democrata Ivo Josipovic.
"Prometo que a Croácia será um país próspero e rico, um dos países mais desenvolvidos da União Europeia e do mundo", disse a presidenta eleita, de 46 anos.
Kolinda obteve 50,4% dos votos, contra 49,6% para Josipovic.
No final do primeiro turno, há duas semanas, Josipovic, de 57 anos, jurista de formação e compositor de música clássica, que se candidatou ao segundo mandato de cinco anos, venceu de forma apertada a ex-chefe da diplomacia croata (2005-2008).
O resultado do primeiro turno representou um duro golpe para Josipovic, candidato da coligação de esquerda no poder (SDP), já que as pesquisas o apontavam como grande favorito.
Antiga república da ex-Iugoslávia, independente desde 1991, a Croácia tornou-se, em 2013, o 28º país-membro da União Europeia (UE).
Primeira-ministra da Integração Europeia e depois dos Negócios Estrangeiros, Kolinda ocupou o cargo de embaixadora em Washington até 2011. Em seguida, assumiu o posto de adjunta do secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte para as informações públicas, antes de se tornar presidenta da Croácia, quarta chefe de Estado eleita depois da independência da ex-Iugoslávia em 1991.
Ela fez campanha sob o slogan "Por uma Croácia Melhor", com um programa para melhorar a economia do país, membro da UE desde julho de 2013 e em recessão há seis anos.
"Nunca renunciei às minhas convicções e sempre tive os mesmos valores: a pátria e a família são a minha escolha de vida", declarou.
Kolinda personifica a ala moderada da União Democrática Croata (HDZ, conservadores). Durante a campanha eleitoral, afirmou que daria o seu apoio caso um dos filhos se assumisse homossexual e autorizaria o uso da maconha para fins medicinais.
Católica praticante, disse, sobre o aborto, que "cabe à mulher a decisão" de ter, ou não, uma criança.
Kolinda nasceu em uma aldeia, perto do porto adriático de Rijeka, Noroeste do país. A diplomata lembra frequentemente as suas origens humildes e descreve com paixão a infância passada no campo.