Brasil negocia acordo para ampliar cooperação com a OCDE
O Ministério das Relações Exteriores anunciou hoje (8) que o Brasil decidiu negociar um acordo para ampliar a cooperação com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O diretor do Departamento Econômico do ministério, Paulo Estivallet, explicou que o acordo deve ser assinado até junho e vai aprofundar e sistematizar o relacionamento com a organização, permitindo maior interação com outros países, razoavelmente desenvolvidos, sobre temas importantes para a agenda de crescimento e competitividade do governo.
“O Brasil é um país de renda intermediária, e nós achamos que a aproximação com a OCDE permitirá dar substância à estratégia do governo brasileiro de recriar as bases para um crescimento sustentável da economia com inclusão social, inovação tecnológica e preservação do meio ambiente”, disse Estivallet.
Segundo o embaixador, o país precisa encontrar o caminho para aumentar a produtividade, o que requer melhor ambiente de negócios, maior qualificação de seus trabalhadores, gastos públicos eficientes e políticas de inovação tecnológica que aumentem a competitividade da indústria no mercado internacional. “Vários desses desafios poderão ser mais facilmente superados com a cooperação internacional, inclusive com a OCDE.”
O diretor do Departamento de Assuntos Financeiros e Serviços do Itamaraty, Carlos Márcio Cozendey, salientou que no momento o Brasil não tem interesse de aderir à OCDE como membro pleno, mas a negociação do acordo é um avanço na relação entre as partes. “Esse acordo significa uma mudança de patamar na cooperação do Brasil com a OCDE. O acordo sistematiza e organiza, mas também sinaliza para a OCDE o interesse renovado de aprofundar esse nosso relacionamento com a organização, que vem evoluindo cada vez mais”, disse ele.
Segundo o secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Paulo Farah Corrêa, a cooperação deve envolver diversos ministérios do governo. Especificamente em relação à sua pasta, ele disse que percebe-se uma oportunidade de avançar no diálogo com a organização nas áreas de economia digital, comitê de inovação e empreendedorismo e comitê de políticas regulatórias.
Fundada em 1961 e sediada em Paris, a OCDE tem 34 países-membros e se dedica à pesquisa e estudos para o aperfeiçoamento das políticas públicas em diversas áreas, com troca de experiências entre os países-membros e parceiros como Brasil, China, Rússia e África do Sul, buscando comparar políticas públicas com as melhores práticas internacionais.