Obama quer retirar Cuba da lista de países que apoiam o terrorismo
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, decidiu hoje (14) retirar Cuba da lista de Estados patrocinadores do terrorismo. A medida foi oficializada nesta terça, mas havia sido anunciada durante a visita de Obama ao Panamá, no último fim de semana, quando participou da Cúpula das Américas e reuniu-se com o presidente cubano, Raúl Castro.
A retirada de Cuba da lista é uma das reivindicações do governo cubano para a continuidade da retomada das relações entre os dois países iniciada em dezembro, rompidas desde 1961.
De acordo com a Casa Branca, Obama informou ao Congresso do país a sua intenção de retirar Cuba da relação. A manutenção do nome do país na lista de patrocinadores do terrorismo tem sido um dos principais obstáculos ao estabelecimento de embaixadas em Washington e Havana.
Os congressistas têm 45 dias para tomar uma decisão, que pode ser a de oposição à decisão presidencial. “O governo de Cuba não deu qualquer apoio ao terrorismo internacional nos últimos seis meses”, escreveu Obama em sua notificação, baseado em uma avaliação do Departamento de Estado.
Se a decisão de Obama for aprovada pelo Congresso, Cuba vai voltar a ter acesso ao sistema bancário dos EUA, autorizar a abertura de uma embaixada e facilitar a intensificação do comércio entre os dois países, que foram inimigos durante a Guerra Fria.
Os republicanos, que dominam as duas câmaras do Congresso, já manifestaram sua oposição ao desanuviamento com o regime comunista da ilha. Cuba foi colocada na lista, que inclui a Síria, o Sudão e Irã, em 1982, por acolher militantes separatistas bascos da E.T.A. (sigla basca para Pátria Basca e Liberdade) e guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
A Casa Branca adiantou que as agências governamentais, incluindo os serviços de informações, concluíram que Cuba deveria ser retirada da lista. “As circunstâncias mudaram desde 1982. O nosso hemisfério, e o mundo, estão muito diferentes do que há 33 anos”, declarou o secretário de Estado, John Kerry, em comunicado.
* Com informações da Agência Lusa e Casa Branca