Nepal: Unicef mostra preocupação com o tráfico de crianças

Publicado em 03/05/2015 - 17:22 Por Da Agência Lusa - Katmandu

epa04356427 Nepalese flood victims collect their belongings after flood swept their houses at Motipur village of Dang District, Eastern Nepal, 16 August 2014. At least 58 people were reported dead monsoon flooding and

Até o momento, o balanço aponta para aproximadamente 7 mil mortos e 14 mil feridos em KatmanduDurga Lal K.C./EPA/Agência Lusa

A representação do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em Katmandu alertou hoje (3) para o risco de aumento do tráfico de crianças no Nepal na sequência do terremoto que atingiu o país, assim como para o perigo de agravamento de problemas já existentes, como a subnutrição. O Unicef está preocupado com o movimento ilegal de crianças “no meio do caos” associado a qualquer emergência. 

Segundo a chefe da Proteção Infantil da Unicef no Nepal, Virgínia Pérez, dados da Organização das Nações Unidas (ONU) relativos a 2001 mostram que 12 mil crianças eram traficadas por ano no Nepal. “Não sabemos até que ponto esses números estão atualizados”, disse ela, acrescentando que o Nepal e a Índia têm uma fronteira que pode ser atravessada com facilidade e sem documentação.

Virgínia Pérez Explicou que o risco incide, sobretudo, nas crianças que não têm quem cuide delas, que podem separar-se dos pais e acabar na Índia ou em outro país. A subnutrição, o perigo da falta de alimentos e o atraso no regresso à escola, assim como o perigo das doenças causadas pela falta de saneamento, são também preocupações do Unicef. O trabalho infantil é outra  preocupação do órgão, já que agora é necessária muita mão de obra para reconstruir o país.

O terremoto de 25 de abril destruiu vários distritos de Katmandu e outras áreas da capital nepalesa. Até o momento, o balanço aponta para aproximadamente 7 mil mortos e 14 mil feridos. Segundo a ONU, 160 mil casas foram destruídas e cerca de 143 mil danificadas, sendo necessários US$ 415 milhões para enfrentar a crise humanitária que atinge o país.

Edição: Fábio Massalli

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