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Internacional

Obama diz que Brasil é líder mundial, e não apenas regional

Paulo Victor Chagas – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 30/06/2015 - 15:34
Brasília
Washington - EUA, 30/06/2015. Presidenta Dilma Rousseff durante
Declaração à imprensa

com o presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
© Roberto Stuckert Filho/PR

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou hoje (30) que encara o Brasil como um líder mundial, e não apenas regional, e que as negociações globais sobre questões relevantes, como economia, clima e combate ao terrorismo, só podem ser bem-sucedidas se houver participação brasileira. Em pronunciamento  ao lado da presidenta Dilma Rousseff, Obama ressaltou sua “plena confiança” na chefe do governo brasileiro e o “excelente relacionamento” que tem com ela desde a posse.

Presidenta Dilma Rousseff durante reunião de trabalho com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em Washington (Roberto Stuckert Filho/PR)

Obama  disse  que  tem  plena  confiança  em  Dilma, com quem mantém excelente relacionamento desde que  ela  tomou  posse    Roberto  Stuckert  Filho/PR

Após anunciarem o acordo bilateral em que o Brasil e os Estados Unidos se comprometem com maior participação de fontes renováveis em suas matrizes energéticas, os dois presidentes responderam a perguntas de jornalistas. Então, foi perguntado à presidenta como conciliar a visão do Brasil, que se vê como líder mundial, com a dos Estados Unidos, que veem o Brasil como líder regional. Na sua vez de responder, Obama fez questão de mencionar o assunto, dizendo que o Brasil é uma “potência mundial importante”.

“Nós encaramos Brasil como um poder mundial, não regional. Em termos de fórum econômico para coordenar relações e negociações, como o G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo), por exemplo, o Brasil tem voz muito forte. A questão da mudança do clima só pode ser bem-sucedida se o Brasil liderar. Isso é indicação da liderança mundial do Brasil”, adiantou-se o presidente norte-americano.

Em sua resposta, Dilma voltou a mencionar as semelhanças entre os dois países e disse que, assim como os Estados Unidos superaram a crise econômica iniciada em 2008 e 2009, o Brasil também vai “superar os efeitos que recaem agora sobre ele”.

De acordo com Obama, os Estados Unidos precisam de parceiros se quiserem sucesso também em questões como erradicação da miséria, luta contra a pobreza extrema do mundo, e o Brasil é um deles. “Como eu disse ontem a Dilma, os Estados Unidos, por mais poderosos que sejam, interessados como somos em resolver uma gama enorme de questões mundiais, não podemos fazer isso sozinhos”, enfatizou.

A presidenta também respondeu a pergunta sobre o aparato de segurança que o Brasil prepara para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro no próximo ano. Ela disse ter certeza de que o país terá todas as condições de garantir segurança nos jogos, a exemplo do que ocorreu na Copa do Mundo no ano passado. “Nós levamos muito a sério a questão da segurança em grandes eventos. Temos experiência nessa área. No ano passado, organizamos a Copa não apenas em uma cidade. Criando um sistema efetivo de controle, através dos centros de monitoramento e controle, acompanhamos tanto o deslocamento de esportistas quanto de autoridades. Asseguramos toda segurança.”

Dilma mencionou ainda as denúncias de espionagem de cidadãos e autoridades brasileiras pela Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês), que a levaram a cancelar uma viagem a Washington, em 2013, e disse que, "de lá pra cá, algumas coisas mudaram".

Ela destacou “o fato de Obama e os Estados Unidos terem declarado em outras oportunidades que não haveria mais atos que seriam de intrusão em países amigos" e acrescentou: "Acredito em Obama, e ele me disse que, se fosse o caso de ele precisar de alguma informação não pública sobre o Brasil, me telefonaria. Tenho certeza de que as condições passaram a ser bastante diferentes agora.”