Massacre humano mais antigo da história ocorreu há 10 mil anos no Quênia

Publicado em 20/01/2016 - 22:14 Por Da Agência Lusa - Paris

Um grupo de cientistas apresentou hoje (20) evidências do massacre humano mais antigo da história, uma descoberta que contribui para o debate sobre as razões pelas quais os seres humanos fazem guerra.

O mais antigo massacre ocorreu há  dez mil anos no Quênia, quando um pequeno grupo de homens, mulheres e crianças foram capturados por um clã rival, amarrados e espancados até a morte. Os restos mortais foram depositados numa lagoa e preservados em sedimentos por milénios.

Evidências

A descoberta foi feita em Nataruk, perto do Lago Turkana, no Quênia. Os ossos recolhidos fornecem “provas conclusivas de algo que deve ter sido um conflito entre grupos”, explicou a antropóloga da Universidade de Cambridge, Marta Mirazon Lahr.

Há outras evidências fósseis de violência contra seres humanos, mas nenhuma de confrontos entre grupos.

A equipe de Marta Mirazon Lahr desenterrou 12 esqueletos, mais ou menos intactos, dez dos quais tinham marcas de morte violenta.

O primeiro esqueleto que a equipe descobriu estava deitado de bruços e foi espancado até à morte.

A antropóloga encontrou também um esqueleto de uma mulher com os restos mortais de um feto na cavidade abdominal.

As origens da guerra é um tema controverso. Uns defendem que faz parte da essência da natureza humana (que nascemos com capacidade para a violência organizada) e outros sugerem que a guerra apareceu com o conceito de propriedade, quando os humanos começaram a cultivar a terra.

O novo estudo revela que a guerra já era uma característica do ser humano há dez mil anos, quando ainda éramos nômades.

“A minha interpretação é de que eram uma pequena comunidade e foram surpreendidos com um ataque”, afirmou a antropóloga.

O massacre pode ser visto como uma invasão por recursos ou um confronto entre dois grupos sociais, afirmaram autores do estudo, acrescentando que aquelas mortes são o “testemunho mais antigo de violência entre grupos e de guerra”.

Edição: Stênio Ribeiro

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