Caracas tem paralisação parcial em greve convocada pela oposição
Caracas, a capital da Venezuela, amanheceu nesta quarta-feira (26) parcialmente paralisada e com ruas interditadas em várias regiões, especialmente nos principais redutos antichavistas no leste da cidade, enquanto que na zona oeste a rotina dos moradores transcorre com relativa normalidade. As informações são da agência de notícias EFE.
Desde as 7h locais (8h de Brasília), barricadas e bloqueios nas ruas e estradas impedem o trânsito principalmente nos municípios de El Hatillo, Chacao e Sucre, todos governados pela oposição, e a locomoção ficou limitada a motociclistas e pedestres.
O metrô de Caracas funciona com normalidade, exceto nas estações que passam pelo município de Chacao, e registra um fluxo pequeno de usuários.
Apenas alguns estabelecimentos comerciais e as instituições bancárias operam com normalidade.
Já na zona oeste da capital, uma área tradicionalmente chavista, a EFE constatou que o trânsito não foi bloqueado, exceto em algumas áreas de classe media, onde quase todos os estabelecimentos comerciais estavam fechados.
Nos bairros mais desfavorecidos, por outro lado, os vendedores ambulantes e boa parte dos estabelecimentos formais funcionavam com normalidade, mas o fluxo de pessoas nas ruas era menor que o habitual.
Assembleia Nacional Constituinte
A greve tem como objetivo pressionar o governo de Nicolás Maduro e impedir a eleição da Assembleia Nacional Constituinte prevista para o próximo domingo (30).
A Fedecamaras, a principal associação patronal da Venezuela, expressou apoio à greve geral e a reconhece como um "protesto popular de expressão democrática".
A greve de trabalhadores e empresários coincide com a penúltima jornada de campanha eleitoral do chavismo para a eleição da Assembleia Constituinte, e que mantém atos e mobilizações em todo o país.
O protesto de oposição se estenderá até a meia-noite de amanhã, e coincidirá também com o encerramento de campanha do chavismo para a constituinte.
No dia 30 de julho, os venezuelanos estão convocados às urnas para escolher os mais de 500 integrantes da Assembleia Nacional Constituinte, que redigirão uma nova Constituição com aval para reordenar o Estado sem que ninguém possa se opor.