Chanceleres rejeitam Constituinte venezuelana e respaldam instituições
Os chanceleres e representantes de 17 países das Américas, reunidos em Lima, no Peru, afirmaram nessa terça-feira (9) que não vão tolerar golpes militares e que apoiarão as instituições democráticas da Venezuela, acrescentando que desconhecem a Assembleia Constituinte instalada sexta-feira passada (4). A informação é da Agência EFE.
Em reunião na capital peruana para discutir a crise na Venezuela, o chanceler chileno, Arauto Muñoz, disse que seu país "não aceita golpes militares, autogolpes ou levantes militares".
"Queremos que se restabeleça a ordem democrática, por meio de uma negociação crível, sincera, com efeitos reais", declarou Muñoz. Para ele, "há vontade de contribuir para uma saída negociada pelos próprios venezuelanos para que definam seu futuro".
O secretário de Relações Exteriores do México, Luis Videgaray, destacou o respaldo do grupo ao Parlamento venezuelano, de maioria opositora, e insistiu que os atos jurídicos, como contratos e financiamentos internacionais, que o governo venezuelano solicitar só serão reconhecidos quando forem aprovados pela assembleia. "Essa medida valida nossa postura a favor das instituições democraticamente eleitas na Venezuela".
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes, afirmou que não se pode "admitir a continuidade desse horror" na Venezuela, ao comentar a suspensão do país do Mercosul, por tempo indeterminado, aprovada pelo bloco no último fim de semana.
A chanceler do Panamá, Isabel de Saint de Malo, destacou que esse grupo de países, que se reuniu em Lima, não deixará o povo venezuelano sozinho. "Estaremos vigilantes pelo retorno à democracia e vemos com bons olhos a decisão de seguir de perto a situação".
Participaram da reunião em Lima representantes de Brasil, da Argentina, do Canadá, Chile, da Colômbia, Costa Rica, Guatemala, de Honduras, México, do Panamá, Paraguai e Peru, entre outros.