Ex-candidato à presidência do Panamá é preso preventivamente por caso Odebrecht
A Promotoria Anticorrupção do Panamá ordenou nesta quarta-feira (30) a prisão preventiva de José Domingo Arias, ex-candidato à presidência pelo partido do ex-presidente Ricardo Martinelli nas eleições de 2014 e que está sendo investigado, acusado de receber supostamente dinheiro da Odebrecht para a sua campanha política.
Armando Fuentes, advogado de Arias, disse aos jornalistas que "os promotores ordenaram a prisão preventiva" do ex-candidato do partido Mudança Democrática (CD) depois de um interrogatório.
Arias foi detido na terça-feira no Aeroporto Internacional de Tocumen, quando deixava o Panamá, por conta de um cumprimento de um mandado de prisão provisória de 48 horas.
Fuentes afirmou que, na sua retenção no aeroporto, o Ministério Público (MP) argumentou que Arias tinha que solicitar uma permissão para sair do país, algo, de acordo com o advogado, "está à margem da lei", pois não havia uma medida cautelar que o impedia de viajar.
O advogado disse que nenhum outro elemento foi encontrado "que sirva para explicar qual foi o crime que cometeu" Arias para que houvesse o mandado de prisão preventiva.
Fuentes afirmou que Arias é acusado de "crime de lavagem de dinheiro" por supostamente receber doações da Odebrecht, quando "o dinheiro (de sua campanha) está detalhado no Tribunal Eleitoral" do Panamá.
"Isso parece preocupante, pois o que está sendo criminalizado é o dinheiro recebido durante campanha eleitoral, que é totalmente lícito", afirmou o advogado.
No entanto, uma fonte da justiça disse à Agência de notícias EFE que a promotora Zuleika Moore, que comanda a investigação, afirmou no Tribunal Eleitoral que um suposto privilégio eleitoral que tinha Arias por um pedido a um cargo interno no partido político não existe.