Carta das Nações Unidas continua atual, dizem líderes da ONU

Publicado em 21/02/2018 - 17:22 Por Por Alexandre Soares, da ONU News - Nova York (EUA)

Foto histórica registrando a assinatura da Carta da ONU em uma cerimônia realizada a 26 de junho de 1945

Foto histórica da assinatura da Carta da ONU em uma cerimônia realizada a 26 de junho de 1945 ONU/Yould

Em reunião de alto nível no Conselho de Segurança da ONU nesta quarta-feira (21), o atual chefe das Nações Unidas, António Guterres, e o seu antecessor, Ban Ki-moon, afirmaram que a Carta da organização, assinada em 1945, continua atual e sendo um guia para paz e segurança internacionais. A informação é da ONU News.

A reunião ministerial de hoje no Conselho de Segurança coincide com o 27º aniversário da expulsão das forças iraquianas do Kuwait por uma coligação internacional autorizada pelo Conselho de Segurança, em 1991.

Em seu discurso, Guterres disse que “os propósitos e princípios da Carta da ONU respondem aos desafios de hoje de forma tão firme como respondiam às pessoas que tinham vivido uma das guerras mais horríveis que o mundo já tinha visto.” Ele frisou contudo que o planeta agora enfrenta novos desafios e que as forças por trás dos conflitos são mais complexas “e que, por isso, as Nações Unidas têm de mudar”.

O secretário-geral explicou, no entanto, que as reformas previstas, incluindo nas áreas da paz, segurança, desenvolvimento e gestão, apenas pretendem tornar a organização mais eficiente no cumprimento da visão da Carta. O desafio da migração, assim como as ameaças das mudanças climáticas e a desigualdade vão testar o documento basilar da ONU e a capacidade de garantir um mundo melhor para todos, segundo Guterres.

Reforma do Conselho

 

Ban Ki-moon

Ban Ki-moonMarcello Casal Jr./ABr/Arquivo

O ex-secretário-geral Ban Ki-moon, que deixou o posto em dezembro de 2016, também falou ao Conselho de Segurança e destacou em seu discurso que a reforma do órgão já deveria ter acontecido há muito tempo. “Para responder de forma eficiente aos desafios de segurança nacionais e transnacionais, como mudança climática, extremismo violento, insegurança transfronteiriça e terrorismo, o Conselho de Segurança deve fazer reformas que tornem o seu processo de decisão mais flexível,” frisou.

O ex-chefe da ONU, que é sul-coreano, disse ainda que a situação na Península Coreana “é o mais sério e eminente desafio que o mundo enfrenta neste momento”.  Ele afirmou que o mundo “deve preparar-se para uma era pós-Estado Islâmico no Oriente Médio”.

Ban Ki-moon acredita que apenas quando a comunidade internacional desenvolver “soluções para estes problemas através de meios pacíficos, será possível fazer cumprir os princípios e propósitos consagrados da Carta da ONU.”

Edição: Augusto Queiroz

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