Piñera volta ao poder no Chile com a promessa de fortalecer a economia
O conservador Sebastián Piñera assumiu neste domingo (11), pela segunda vez, a presidência do Chile com a promessa de fortalecer a abatida economia do país e retocar as principais reformas de sua antecessora, a socialista Michelle Bachelet.
Piñera, de 68 anos, volta à chefia do governo depois de ter presidido o país de 2010 a 2014, na ocasião marcando o primeiro triunfo de um candidato conservador depois de 20 anos de governos de centro-esquerda. As informações são da Agência EFE.
O político ganhou as eleições do ano passado com a promessa de eficiência na gestão e de posicionar o Chile no caminho do crescimento e do progresso, um discurso parecido com o que o levou à vitória no pleito de 2009.
Agora, no entanto, Piñera afirma que será um presidente diferente daquele do primeiro mandato, mais sossegado e experiente. "A melhor universidade para ser presidente não é Harvard, nem Chicago, é o Palácio de la Moneda [sede do governo do Chile]", afirmou nesta semana em entrevista à televisão.
Uma das suas tarefas mais urgentes será tentar reativar a economia, que, durante a última gestão de Michelle Bachelet cresceu com média anual de 2,1%.
Piñera navegará com o vento a favor. O fortalecimento do comércio internacional e a alta do preço do cobre melhoraram as perspectivas para a economia chilena antes de ele assumir a presidência, embora ele tenha planejado medidas adicionais. Uma delas é diminuir o imposto sobre as empresas, mantendo a arrecadação tributária, para favorecer a atividade econômica e a criação de empregos. Ele ressaltou que não chega com uma escavadeira para demolir o legado de Bachelet, mas avisou que tomará as medidas necessárias para "melhorar" algumas das principais reformas promovidas por sua antecessora, como a tributária, a trabalhista e a educativa.
Para realizar seu ambicioso programa de governo, ele conta com o apoio do Chile Vamos, uma coalizão de partidos que abrange desde a direita liberal até o pinochetismo.
Em seu gabinete ministerial, Piñera apostou em pessoas de sua confiança. Seis dos 23 ministros já estiveram com ele no primeiro mandato, e três repetirão postos estratégicos: a s pastas de Fazenda e Interior e o cargo de porta-voz.
Piñera comprtilhou nas últimas décadas a atividade política com uma bem-sucedida trajetória empresarial que o transformou em uma das pessoas mais ricas do país, com um patrimônio familiar de US$ 2,7 bilhões, segundo a revista Forbes.
Nascido em Santiago, em 1949, em uma família de classe média, ele foi o terceiro dos cinco filhos de Magdalena Echenique e José Piñera, um engenheiro e diplomata que participou da fundação do Democracia Cristã.
Doutor em economia pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, esse político e empresário, casado desde 1973 com Cecilia Morel e pai de quatro filhos, foi militante e senador pelo Renovação Nacional, um dos principais partidos da direita chilena. Apesar disso, simpatizou com o Democracia Cristã quando era jovem, votou contra a continuidade de Augusto Pinochet no plebiscito de 1989 e sempre condenou a violação aos direitos humanos cometida pela ditadura.
Agora ele enfrenta o desafio de dirigir o Chile aos "tempos melhores" que prometeu insistentemente desde que decidiu concorrer à eleição.
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