Irã lança míssil e líder nega guerra e negociações com EUA
O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, afirmou, hoje, que "não haverá guerra e nem negociação com os Estados Unidos", em resposta às declarações do presidente americano, Donald Trump, de dialogar para chegar a um novo acordo.
O aiatolá Khamenei criticou em discurso a postura contraditória de Washington e ressaltou que "no assunto das negociações, jogam um jogo pobre", segundo um comunicado de sua assessoria.
Trump se mostrou "aberto" a um novo acordo com Teerã, depois de retirar os EUA, em maio, do pacto nuclear multilateral de 2015 e impor sanções contra o Irã.
O presidente americano disse anteriormente também estar disposto a dialogar com o Irã "com condições prévias".
Porém, ressaltou, o eventual novo acordo deve incluir "o programa de mísseis balísticos e o apoio ao terrorismo" de Teerã.
Por isso, Khamenei denunciou que alguns dirigentes americanos falam de "negociações com pré-condições", e advertiu que este tipo de propostas "não são novas".
"Permitam-me dirigir-me às pessoas sobre o assunto em poucas palavras: Não haverá guerra e nem negociaremos com os Estados Unidos. Esta é a essência da palavra que todo o povo iraniano deve saber", assegurou.
E, hoje, o Ministério de Defesa do Irã apresentou uma nova versão do míssil balístico "Fateh" (Conquistador), fabricado no país e testado com "sucesso".
A operação pode representar um novo desafio às exigências de Washington de conter os programas balísticos.
Este míssil de nova geração é capaz de enviar radares e alcançar os alvos com precisão milimétrica.
A informação é do ministro de Defesa, o general Amir Hatami, por um comunicado oficial.
Hatami afirmou que o míssil é "ágil, furtivo e tático" e pode detectar e atacar seus alvo em terra e mar.
"A produção em massa do novo míssil ajudará o Irã a dar grandes passos para aumentar suas capacidades de defesa e seu poder dissuasório", ressaltou o general.
Neste sentido, advertiu que as Forças Armadas iranianas "nunca deixarão seus planos para promover a indústria de mísseis e melhorar as capacidades nacionais".
Também denunciou a interferência estrangeira no âmbito da defesa do Irã e as tentativas de limitar seus programas balísticos.
"O Irã nunca permitirá que os estrangeiros se envolvam em seus assuntos internos", disse.
Os programas de mísseis balísticos do Irã foram uma das razões apontadas pelo presidente americano, Donald Trump, para retirar em maio seu país do acordo nuclear multilateral de 2015 e voltar a impor sanções a Teerã, no último dia 7.
"Estou aberto a alcançar um acordo mais amplo que aborde toda a gama de atividades malignas do regime, incluído seu programa de mísseis balísticos e seu apoio ao terrorismo", disse Trump na semana passada.
As autoridades iranianos asseguram, por sua vez, que seus mísseis só têm caráter defensivo e dissuasório, e se negam a negociar novamente sobre este delicado assunto.