Estudante mata 19 pessoas em escola técnica na Crimeia
Um estudante matou 19 pessoas e feriu outras 40 na cidade de Kerch, na península da Crimeia, nesta quarta-feira (17), em um ataque com bomba na escola técnica onde estudava. Ele se suicidou em seguida, segundo o Comitê de Instrução da Rússia (CIR).
O ataque aconteceu no Instituto Politécnico de Kerch, um dos mais prestigiados da cidade. O autor do massacre, identificado como Vladislav Rosliakov, de 18 anos, chegou ao centro de ensino com duas mochilas e armado com uma escopeta.
A porta-voz do CIR, Svetlana Petrenko, declarou que a identidade do agressor foi revelada com ajuda de imagens capturadas pelas câmaras de vigilância do local.
"Seu corpo foi encontrado em uma das dependências do instituto. A julgar pela cena do crime, a investigação considera que o jovem disparou contra as pessoas que estavam no prédio e depois se suicidou", disse Sveltana.
Segundo a imprensa russa, vários colegas de Rosliakov afirmaram que o jovem era tranquilo e retraído.
Por enquanto, as autoridades não apresentaram nenhuma hipótese sobre os possíveis motivos para que o estudante cometesse o massacre, mas questionam como o jovem obteve a licença para comprar uma escopeta.
"Nunca pensei que gente tão jovem pudesse fazer isso [comprar armas]. É preciso esclarecer como conseguiu, pois deveria ter passado por exames médicos, psicológicos", afirmou a advogada do estudante, Irina Kliuyeva.
De acordo com as informações do CIR, após chegar à escola, Rosliakov começou a atirar contra alunos e professores e, quando já não tinha mais munição, explodiu uma bomba de fabricação caseira e se matou.
"Saímos para o pátio interior do Politécnico e em questão de um minuto tudo explodiu. Vimos os vidros voando e ouvimos os disparos. Comecei a correr e vi como os meninos caíam. Havia sangue por todos os lados", contou Margarita, uma estudante, à rádio Business FM.
Imediatamente depois da explosão, quando as informações sobre a tragédia no instituto de Kerch ainda eram desencontradas, as autoridades russa abriram um inquérito por atentado terrorista, que mais tarde trocaram por outro de assassinato de duas ou mais pessoas.
Pouco depois de surgir a informação da explosão, o senador Franz Klintsevich alertou que a Ucrânia poderia estar por trás do caso.
"Podem ter sido estruturas oficiais ou nacionalistas que, pelo seu ódio à Rússia, são capazes de tudo", disse o senador, citado pela agência Ria Nivosti.
O chefe da república da Crimeia, Sergei Axionov, decretou três dias de luto em todo o território da península, anexada pela Rússia em março de 2014.
"Todos os feridos estão recebendo atendimento de alto nível. Nos hospitais foram internadas 35 pessoas, das quais oito se encontram em estado grave", informou Axionov ao canal de televisão Rossiya 24.
Embora as autoridades locais afirmem que contam com todos os meios para atender os feridos, o Ministério para Situações de Emergência da Rússia enviou à Crimeia um avião com equipes de médicos e psicólogos especializados em situações de crise.
O presidente do CIR, Aleksandr Bastrikin, prometeu que os investigadores adotarão "medidas exaustivas para estabelecer as causas do ocorrido e as circunstâncias que levaram a esta tragédia".
Enquanto isso, o governo anunciou que em breve apresentará um projeto para reforçar as medidas de segurança nos centros educativos.
O vice-ministro de Educação, Andrei Nikolayev, indicou que estas medidas já são discutidas no Gabinete de Ministros e se referem tanto à segurança física como das informações dos alunos.