logo Agência Brasil
Internacional

Acnur investigará morte do opositor venezuelano Fernando Albán

Agência EFE
Publicado em 09/10/2018 - 11:37
Genebra
Agência EFE

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) investigará a morte do opositor venezuelano Fernando Albán como parte do relatório elaborado pelo Conselho de Direitos Humanos sobre os abusos cometidos na Venezuela.

Ravina Shamdasani, porta-voz do Acnur, explicou em entrevista coletiva hoje (9) que a morte do vereador será um dos assuntos da investigação sobre as violações dos direitos humanos da organização.

"O Conselho de Direitos Humanos encarregou nosso escritório de elaborar um relatório sobre a Venezuela, por isso, investigaremos todos os aspectos da situação dos direitos humanos no país", disse ela.

Manifestação contra a prisão de Fernando Albán
Manifestação em defesa de Fernando Albán - Miguel Gutiérrez / EFE / Direitos Reservados

Na última sessão do Conselho de Direitos Humanos, que terminou no final de setembro, foi adotada uma resolução que pede ao Acnur a investigação dos eventuais abusos e violações das liberdades individuais cometidas na Venezuela e a apresentação pública de tais pesquisas. A porta-voz explicou que foi pedido à Venezuela acesso ao país, sem que tenha sido dada uma resposta até o momento, "mas que as linhas de comunicação estão sempre abertas".

"O acesso ao país nos permitirá fazer uma investigação mais profunda e olhar para todos os lados", ressaltou.

O Ministério Público venezuelano informou que Albán, detido com a acusação de estar envolvido no atentado contra o presidente Nicolás Maduro, suicidou-se na sede do Serviço de Inteligência (Sebin) e que abriu uma investigação sobre o ocorrido, mas seu partido, o Primero Justicia (PJ), denunciou o caso como assassinato.

"Há muita especulação sobre o que aconteceu, se ele se suicidou, se o jogaram, se foi maltratado, e é por isso que precisamos de uma investigação independente e transparente para esclarecer as circunstâncias da morte", afirmou Ravina.

A porta-voz ressaltou que "Albán estava sob custódia do Estado e, portanto, o Estado tinha a responsabilidade de zelar por sua segurança, integridade e dignidade". Além disso, disse que o Acnur está "preocupado não só por sua morte, mas com o fato de Albán não ter sido apresentado a um juiz nas primeiras 48 horas, como estabelece a lei venezuelana".