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Internacional

Promotoria turca afirma que Khashoggi foi estrangulado e esquartejado

Agência EFE
Publicado em 31/10/2018 - 20:52
ISTAMBUL
Ativistas de direitos humanos com cartazes do jornalista saudita desaparecido Jamal Khashoggi durante protesto no início de outubro em frente ao consulado saudita em Istambul, na Turquia
© Osman Orsal/Reuters/direitos reservados
Agência EFE

A promotoria de Istambul, que investiga o assassinato do jornalista opositor saudita Jamal Khashoggi no consulado do seu país nessa cidade, confirmou nesta quarta-feira (31) que o repórter foi estrangulado e, em seguida, esquartejado.

As autoridades turcas divulgaram esta informação em uma declaração escrita, reproduzida pela emissora CNNTürk, um dia depois de reunirem-se com o promotor-chefe saudita encarregado de investigar o caso.

O documento da instituição judicial indica que "Jamal Khashoggi foi assassinado mediante estrangulamento, de forma planejada de antemão, imediatamente depois de entrar, em 2 de outubro de 2018, no consulado da Arábia Saudita em Istambul para recolher documentos relativos ao seu casamento".

Imagem de câmara de segurança registra entrada de Jamal Khashoggi no consulado saudita em Istambul em 2 de outubro 02/10/2018 Reuters TV/via Reuters
Imagem de câmara de segurança registra entrada de Jamal Khashoggi no consulado saudita em Istambul em 2 de outubro - REUTERS TV/direitos reservados

"O corpo de Jamal Khashoggi foi eliminado mediante desmembramento, também de forma planejada, depois que o mataram por estrangulamento", detalha o mesmo comunicado.

O texto ressalta que os representantes da promotoria turca se reuniram na segunda-feira (29) com o promotor-chefe saudita Saud el Moyeb, que tinha chegado no dia anterior a Istambul para uma visita de trabalho.

Durante esta reunião, os juristas turcos exigiram aos sauditas por escrito a resposta a três perguntas: onde está o corpo de Khashoggi, se tinham qualquer informação sobre o planejamento prévio do assassinato, e quem é o 'colaborador local' que, segundo declarações de Riad, era o encarregado de desfazer-se do corpo.

A delegação saudita se reuniu com a turca mais uma vez nesta terça-feira (30), "e estas perguntas foram repetidas, sublinhando que se está esperando uma resposta", ao que os sauditas prometeram responder nesse mesmo dia, afirma o comunicado.

No entanto, a contestação escrita enviada pelo promotor saudita hoje a seu homólogo turco consiste apenas em um "convite ao promotor-chefe de Istambul e sua equipe a vir à Arábia Saudita com todas as provas para investigar conjuntamente" o caso.

Além disso, El Moyeb esclareceu que as autoridades sauditas não têm constância alguma de um 'colaborador local' turco, contradizendo assim a versão oficial saudita divulgada anteriormente.

"Apesar de toda a nossa boa vontade, não obtivemos nenhum resultado concreto das conversas" com a equipe saudita, lamenta o comunicado turco.