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Internacional

China manifesta confiança para chegar a acordo comercial com EUA

Da Agência EFE
Publicado em 05/12/2018 - 10:01
Pequim
Agência EFE

A China expressou nesta quarta-feira (5) sua confiança de que chegará a um acordo comercial com os Estados Unidos (EUA) e ressaltou que a reunião entre o presidente chinês Xi Jinping e o chefe de Estado americano, Donald Trump, no fim de semana passado foi "muito bem-sucedida".

"Confiamos no cumprimento dos consensos (aos quais China e EUA chegaram durante o encontro)", afirmou nesta quarta-feira o Ministério de Comércio chinês em um breve comunicado publicado em seu site.

Segundo o ministério, as equipes econômicas e comerciais de ambas as partes vão trabalhar "ativamente" durante os próximos 90 dias seguindo o calendário e o roteiro estabelecidos após o encontro dos dois presidentes.

"A China começará a implementar aspectos específicos sobre os quais há consenso assim que for possível", acrescentou o ministério chinês.

Xi e Trump mantiveram no fim de semana passado em Buenos Aires, em paralelo à Cúpula do G20, um jantar de trabalho no qual estabeleceram uma trégua na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.

Após esse encontro, as duas potências concordaram em ampliar consultas "nos próximos 90 dias", um período no qual os EUA aceitaram deixar em 10% as tarifas sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses a partir de 1º de janeiro de 2019, e não elevá-las por enquanto para 25%, como estava previsto.

A China, por sua vez, se comprometeu a aumentar as importações de produtos agrícolas americanos e designar o fentanilo como "substância controlada", além de impor duras penas a quem comerciar essa substância, algo exigido por Washington a fim de conter a epidemia de dependência a opiáceos nos Estados Unidos.

O anúncio fez com que os mercados financeiros abrissem na segunda-feira com fortes altas, após semanas de preocupação sobre o resultado do encontro entre Trump e Xi e os possíveis efeitos negativos sobre a economia global.

No entanto, com o passar do tempo, os comentários de funcionários americanos mostraram que o acordo era mais uma declaração de intenções do que um pacto estabelecido definitivamente.

Além disso, na segunda-feira se soube que Trump tinha designado como chefe negociador com a China o representante de Comércio Exterior dos EUA, Robert Lighthizer, conhecido por suas críticas frontais às políticas comerciais de Pequim.

No total, os EUA impuseram tarifas sobre US$ 250 bilhões em produtos chineses desde julho, e Pequim aplicou como represália medidas recíprocas sobre mais de US$ 60 bilhões em importações americanas, quase a metade dos US$ 130 bilhões que comprou em 2017.