MRE: Eventual mudança de embaixada para Jerusalém não é provocação
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, reiterou hoje (1º) que a transferência da Embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém está em estudo e segue sem definição. Segundo ele, se a mudança for concretizada, ela não deve ser considerada como provocação aos países muçulmanos, mas como uma medida acordada entre os governos do Brasil e de Israel.
“Qualquer que seja a decisão, temos a determinação muito clara de que não seja vista como uma atitude contra os países vizinhos de Israel, contra países árabes ou islâmicos, mas uma decisão que seria parte de um processo do patamar de elevação da relação com Israel”, disse o chanceler em entrevista coletiva.
O ministro ressaltou que todos os aspectos são sendo analisados. “Estamos estudando essa questão da possível transferência [da embaixada] sob todos os aspectos. Estamos abertos a ideias sobre isso, não necessariamente já cunhamos determinada ideia.”
Transferência
O presidente Jair Bolsonaro manifestou, em várias ocasiões, intenção de transferir a embaixada brasileira para Jerusalém. No mês passado, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanhyahu, visitou o Brasil e demonstrou confiança na transferência.
Há três dias, em reunião com o presidente da República em exercício, Hamilton Mourão, o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Mohamed Khalil Alzeben, pediu que a Embaixada do Brasil em Israel seja mantida em Tel Aviv, e não transferida para Jerusalém. Na ocasião, Mourão afirmou que não há qualquer decisão do governo brasileiro sobre a transferência da embaixada.
A controvérsia em torno da mudança é gerada pela disputa entre judeus e palestinos. A cidade de Jerusalém é considerada referência religiosa para muçulmamos, judeus e católicos, assim como envolve também questões territoriais.