logo Agência Brasil
Internacional

Presença do presidente chinês no Brasil aprofundará parcerias no Brics

Bruna Saniele - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 12/11/2019 - 06:21
Brasília
11ª Cúpula do Brics
© Arte/EBC

O presidente da China, Xi Jinping, estará no Brasil amanhã (13) e depois (14) para participar da cúpula do Brics, bloco que reune o Brasil, a Rússia, Índia, China e África do Sul. Segundo representantes do governo chinês, a viagem à América Latina vai “injetar novo ímpeto no desenvolvimento das relações sino-gregas e sino-europeias, bem como servirá para aprofundar a parceria entre os membros do Brics e melhorar a governança global”.

No Brasil, Xi Jinping manterá conversas bilaterais com outros líderes mundiais e assinará acordos de cooperação. A visita ocorre menos de um mês depois de o presidente Jair Bolsonaro visitar a China. A ideia é aprofundar o intercâmbio, a confiança política e ampliar a cooperação em diversas áreas.

Na visita de Bolsonaro à China foram assinados acordos e memorandos de entendimento nas áreas de política, ciência e tecnologia e educação, economia e comércio, energia e agricultura. “Temos na China o primeiro parceiro comercial e me interessa muito fortalecer esse comércio, bem como ampliar novos horizontes. Hoje podemos dizer que uma parte considerável do Brasil precisa da China e a China também precisa do Brasil”, afirmou o presidente durante a visita.

Em declaração conjunta, os dois presidentes expressaram a determinação de ampliar o comércio e diversificar o intercâmbio de produtos, bem como cooperar com as políticas de desenvolvimento e investimento, como o Programa de Parceria de Investimento (PPI), do Brasil, e a Iniciativa do Cinturão e da Rota, da China.

A China foi, em 2018, o maior parceiro comercial do Brasil. No ano, o fluxo de comércio entre os dois países alcançou a marca de US$ 98,9 bilhões. O país asiático também é um dos principais investidores em áreas cruciais, como infraestrutura e energia.

Entre os atos assinados estão protocolos sanitários para a exportação de carne termoprocessada (que passa por processo de cocção) e farelo de algodão do Brasil à China. Os dois países também passaram a reconhecer as certificações de Operador Econômico Autorizado (OEA) emitidas pelas autoridades aduaneiras.

Um memorando de entendimento assinado também prevê contatos institucionais mais regulares e diretos entre os ministérios das Relações Exteriores do Brasil e dos Negócios Estrangeiros da China. Na área de energia, os dois países estabeleceram cooperação para o desenvolvimento de energias novas e renováveis, bioenergia e para distribuição e eficiência energética. O acordo prevê ainda cooperação e coordenação com terceiros países e fóruns internacionais.

O Brasil e a China também pretendem expandir os canais de comunicação entre jovens cientistas e pesquisadores e aprofundar a colaboração científica e tecnológica entre os dois países. Os governos financiarão esses jovens, que concluíram doutorado em um período de cinco anos antes da apresentação de propostas. Já a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária e a Academia Chinesa de Ciências querem estabelecer um “laboratório virtual” Brasil‐China que desenvolverá pesquisas nas áreas de caracterização de germoplasma, edição de genoma e genética funcional na cultura da soja. Esse será o primeiro projeto de laboratório conjunto nas áreas de agricultura e recursos naturais.

“O mundo enfrenta hoje uma mudança sem precedentes nos últimos 100 anos. A ascensão de mercados de países emergentes é cada vez maior, assim como a disponibilidade para unir e cooperar. Além disso, a conversão de velhas e novas sinergias na economia mundial não está ainda completa, o protecionismo e o unilateralismo se intensificaram, e o ambiente externo para o desenvolvimento de mercados emergentes e países em desenvolvimento é cada vez mais complexo. É nesse contexto que mais países centram as atenções no bloco do Brics. O 11º encontro dos líderes do grupo discute o tema “Crescimento econômico para criar um futuro inovador”, informa o governo chinês em nota.

*Com informações de Andreia Verdelio, da Agência Brasil, e Ren Huanyu, da Agência de notícias da China