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Internacional

Diretor de hospital em Wuhan morre infectado pelo novo coronavírus

O neurocirurgião Liu Zhiming tinha 50 anos
RTP – Emissora pública de televisão de Portugal
Publicado em 18/02/2020 - 10:22
Lisboa
Medical workers in protective suits attend to a patient inside an isolated ward of Wuhan Red Cross Hospital in Wuhan, the epicentre of the novel coronavirus outbreak
© CHINA DAILY/Reuters/direitos reservados
RTP - Rádio e Televisão de Portugal

O diretor do hospital Wuchang, na cidade chinesa de Wuhan, centro do novo coronavírus, morreu hoje (18) de uma pneumonia resultante do Covid-19, informou o Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista Chinês.

Liu Zhiming, neurocirurgião de 50 anos, é o primeiro diretor de um hospital a sucumbir à doença, informou o jornal.

O hospital administrado por Liu é um dos centros médicos especificamente designados para o atendimento de pacientes de Covid-19, na capital da província de Hubei, que foi colocada sob quarentena, em 23 de janeiro, com entradas e saída interditas.

Cerca de dois mil profissionais de saúde chineses foram infectados pelo novo coronavírus, e vários morreram, incluindo o médico Li Wenliang, que tentou alertar os colegas para um possível surto, mas que foi repreendido pelas autoridades chinesas por "espalhar boatos".

As autoridades chinesas isolaram várias cidades da província de Hubei, no centro do país, para tentar controlar a epidemia, medida que abrange cerca de 60 milhões de pessoas.

Número de mortos e novos casos

O número de mortos devido ao novo coronavírus (Covid-19) na China continental subiu hoje para 1.873, ao mesmo tempo em que foram registrados 1.886 novos casos de infeção, na primeira vez, desde o início do surto, em que o país registra menos de 2 mil casos detectados por dia.

A Comissão de Saúde da China indicou que entre as 98 mortes ocorridas no país, 93 foram registadas na província de Hubei, centro do surto e onde várias cidades foram colocadas sob quarentena, com entradas e saídas interditas, uma medida que afeta quase 60 milhões de pessoas.

Entre os 1.873 novos pacientes, 1.807 são também reportados por Hubei, onde a epidemia foi detectada no final de 2019.

Até à meia-noite (13h de segunda-feira em Brasília), um total de 11.741 casos graves foram detetados no país, enquanto 12.552 pacientes superaram a doença e receberam alta.

As autoridades acrescentaram que 560.901 pessoas foram acompanhadas por terem tido contacto próximo com infetados, entre os quais 141.552 ainda estão sob observação e 6.242 são casos suspeitos de terem contraído o novo coronavírus.

Além dos 1.873 mortos na China continental, houve também um óbito na região chinesa de Hong Kong, um nas Filipinas, um no Japão, um na França e um em Taiwan.

Embora cerca de trinta países tenham casos diagnosticados com Covid-19, a China registra cerca de 99% do total global de infectados.

Diamond Princess

O ministro da Saúde do Japão anunciou que o desembarque de alguns passageiros que ainda estão a bordo do Diamond Princess começa amanhã (19). O navio de cruzeiro que está atracado no porto de Yokohama foi colocado em quarentena.

“Todos querem ir para casa. Gostaria de criar uma situação em que possam ir para casa sem problemas”, afirmou Katsunobu Kato que acrescentou que o desembarque vai se prolongar por vários dias.

Segundo as autoridades japonesas, os passageiros que revelarem resultado negativo para o vírus e que não tenham mantido contato próximo com doentes infetados vão ser autorizados a desembarcar.

O Ministério da Saúde japonês já começou a realizar testes nos passageiros.

O maior número de infectados, fora da China continental, está a bordo do cruzeiro Diamond Princess. São 456 pessoas infectadas pelo Covid-19.

Navio no Camboja

Centenas de passageiros de um navio de cruzeiro autorizado a atracar na quinta-feira (13) no Camboja foram ontem submetidos a um rastreamento, depois que um dos viajantes foi diagnosticado com o coronavírus Covid-19.

O MS Westerdam, navio de cruzeiro da companhia de navegação norte-americana Holland America Line, atracou na quinta-feira no Porto de Sihanoukville, no sul do Camboja, depois de a Tailândia, Japão, Taiwan, Filipinas e Guam negarem o desembarque diante do risco de algum viajante ser portador do vírus.

Dos 1.455 passageiros, mais de 1,2 mil desembarcaram do navio nos dias seguintes, depois de alguns terem sido submetidos a um exame médico rápido.

No sábado (15), um passageiro norte-americano, de 83 anos, que viajou para a Malásia foi diagnosticado com o novo coronavírus em Kuala Lumpur.

Diante da confirmação do caso, a Holland America informou que trabalha "em estreita coordenação" com os vários governos, a Organização Mundial de Saúde e os centros de triagem nos Estados Unidos "para investigar e rastrear as pessoas que possam ter estado em contacto" com o turista infectado.

Por sua vez, o Ministério da Saúde do Camboja disse que "procura ativamente qualquer caso suspeito", exortando a população "a não se preocupar", enquanto alguns dos passageiros do navio se encontram em Sihanoukville.

Ainda permanecem no navio 233 passageiros e 747 tripulantes.

"Vamos recolher amostras de todas essas pessoas para que sejam testadas", explicou uma autoridade local à agência de notícias France-Presse, acrescentando que permanecerão no navio até receberem os resultados.

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