Ucrânia diz que Rússia retirou forças de cidades opostas a Kherson
As Forças Armadas da Ucrânia disseram nesta quinta-feira (1°) que a Rússia retirou algumas tropas de cidades na margem oposta do rio Dnipro à cidade de Kherson, o primeiro relato oficial ucraniano de uma retirada russa do que agora é a principal linha de frente no Sul do país.
A declaração deu apenas detalhes limitados e não fez nenhuma menção de quaisquer forças ucranianas terem cruzado o Dnipro. As autoridades ucranianas também enfatizaram que a Rússia intensificou os bombardeios do outro lado do rio, desligando novamente a energia de Kherson, onde a eletricidade só começou a ser restaurada quase três semanas depois que as tropas russas deixaram a cidade e fugiram pelo rio.
Desde que a Rússia abandonou Kherson no mês passado, nove meses após a invasão da Ucrânia, o rio agora forma todo o trecho sul do front.
A Rússia já disse aos civis para deixarem as cidades a um raio de 15 quilômetros (km) do rio e retirou sua administração civil da cidade de Nova Kakhovka na margem. Autoridades ucranianas disseram anteriormente que a Rússia tinha retirado parte da artilharia perto do rio para posições mais seguras e mais distantes, mas até agora não havia dito que as forças russas estavam deixando as cidades.
"Uma diminuição no número de soldados russos e equipamentos militares é observada no assentamento de Oleshky", disseram os militares, referindo-se à cidade oposta à cidade de Kherson, do outro lado de uma ponte destruída sobre o rio Dnipro.
Segundo eles, a maioria das tropas russas na área é formada por reservistas e foi mobilizada recentemente, sugerindo que as tropas profissionais mais bem treinadas de Moscou já haviam partido.
A Reuters não pôde confirmar o relato de forma independente.
Sirenes de ataque aéreo soaram novamente em toda a Ucrânia nesta quinta-feira, e os moradores foram para abrigos, mas não houve relatos imediatos de grandes ataques com mísseis e o alerta foi suspenso.
Desde o início de outubro, a Rússia tem lançado grandes ataques com mísseis e drones quase semanais em toda a Ucrânia para interromper seu fornecimento de energia, água e aquecimento, o que Kiev e o Ocidente dizem ter a intenção de prejudicar civis, um crime de guerra.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, defendeu esses ataques, dizendo hoje que Moscou tinha como alvo a infraestrutura civil da Ucrânia para impedir que Kiev importe armas ocidentais. Ele não explicou como tais ataques poderiam atingir esse objetivo.
"Desativamos as instalações de energia (na Ucrânia) que permitem a você (Ocidente) lançar armas letais na Ucrânia para matar russos", disse Lavrov.