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Internacional

Nobel da Paz, iraniana Narges Mohammadi é libertada temporariamente

Execução da pena foi suspensa por três semanas por razões médicas
Lusa*
Publicado em 04/12/2024 - 09:45
Teerã
FILE PHOTO: Iranian human rights activist and the vice president of the DHRC Narges Mohammadi. Mohammadi family/REUTERS/File
© Mohammadi family/REUTERS/File
Lusa

A Nobel da Paz Narges Mohammadi foi libertada nesta quarta-feira (4) temporariamente por razões médicas, anunciou a defesa da iraniana detida desde novembro de 2021, em mensagem publicada na rede social X.

“De acordo com o parecer do médico legista, o Ministério Público de Teerã suspendeu a execução da pena de Narges Mohammadi por três semanas e ela foi libertada da prisão”, segundo o seu advogado, Mostafa Nili.

A libertação temporária deveu-se à remoção de um tumor benigno na perna e a um enxerto ósseo há 21 dias, depois de a família da ativista ter criticado a falta de cuidados médicos.

Após a operação, Nili afirmou que os médicos afirmaram que Mohammadi “necessita de cerca de três meses de cuidados em condições favoráveis” e que, por isso, solicitou a suspensão da pena.

Narges Mohammadi, 52 anos, detida na prisão de Evin, em Teerã, foi condenada seis vezes a um total de 13 anos e nove meses de prisão e 154 chicotadas, entre outros castigos.

A última sentença de seis meses de prisão foi proferida em meados de outubro, um mês depois de ter protestado contra a execução do prisioneiro Reza Rasai por suspeita de envolvimento na morte de um oficial dos serviços secretos, durante a revolta desencadeada pela morte de Mahsa Amini em setembro de 2022.

Apesar das condenações, a ativista tem continuado a denunciar violações dos direitos humanos no Irã, incluindo a aplicação da pena de morte e a violência contra as mulheres que não usam o véu islâmico.

O Comité Nobel norueguês atribuiu o galardão a Mohammadi em 2023, “pela sua luta contra a opressão das mulheres no Irã e pela promoção dos direitos humanos e da liberdade para todos”.

O prêmio foi recebido pelos seus filhos em cerimônia em Oslo. Na ocasião, a ativista apelou, por meio deles, ao apoio internacional para pôr fim a um governo iraniano “no seu nível mais baixo de legitimidade e apoio".

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