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Política

Vacarezza nega envolvimento com Vargas e Youssef para beneficiar laboratório

Aline Leal - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 01/07/2014 - 19:57
Brasília
Brasília - Conselho de Ètica da Câmara ,mesa E/D. Deputado Cândido Vacarezza, secretaria da mesa, pr do conselho de ética, deputado Ricardo Izar, e o relator deputado Júlio Delgado. O deputado Cândido Vacarezza, depoem no conselho de ètica
© VALTER CAMPANATO; Valter Campanato/Agência Brasil
 O deputado Cândido Vacarezza, depõe no Conselho de Ética da Câmara, no processo de quebra de decoro contra o deputado André Vargas (Valter Campanato/Agência Brasil)

O deputado Cândido Vacarezza depõe no Conselho de Ética da Câmara, no processo de quebra de decoro contra o deputado André VargasValter Campanato/Agência Brasil

O deputado Cândido Vacarezza (PT-SP) disse hoje (1º) em depoimento ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados que conhece o deputado André Vargas (sem partido-PR) "há muito tempo",  mas negou que tenha tratado com ele sobre acordo com o laboratório Labogen. 

Vacarezza disse que também conhece o doleiro Alberto Youssef, preso na operação Lava Jato, mas ressaltou que, ao contrário do que foi divulgado pela imprensa, nunca houve reunião entre os três para tratar de negócios com o Labogen ou de política. O deputado disse ainda que não sabia que Youssef era doleiro, “sabia apenas que era empresário”.

O depoimento foi primeiro colhido pelo Conselho de Ética no processo de quebra de decoro contra o deputado André Vargas, ex-vice-presidente da Casa.

O processo foi aberto depois que investigação da Operação Lava Jato apontaram ligações de Vargas com o doleiro Alberto Youssef, preso Polícia Federal (PF). Conversas obtidas pela PF indicam que Vargas intercedeu em favor de uma das empresas de Youssef, o laboratório Labogen, em contratos com o Ministério da Saúde.

Além disso, a operação constatou que Vargas usou um avião fretado por Youssef para fazer uma viagem a João Pessoa com a família, fato depois confirmado pelo deputado.

No depoimento, Vacarezza disse que foi um “erro gravíssimo” do deputado Vargas aceitar o empréstimo do avião, mas defendeu Vargas da acusação de lobby a favor da Labogen.

A Operação Lava Jato, deflagrada no dia 17 de fevereiro pela PF, cumpriu 24 mandados de prisão e 15 de condução coercitiva, além de 81 de busca e apreensão em 17 cidades.

A princípio, Youssef, que está preso em Curitiba, seria ouvido por videoconferência amanhã (2)  pela comissão, porém a Justiça Federal no Paraná atendeu a pedido da defesa e cancelou a oitiva alegando “economia processual”.

O relator do processo, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), disse que a comissão ainda vai tentar ouvir o doleiro e não descarta o envio de uma comitiva do colegiado a Curitiba.

Segundo Delgado, estão mantidos para amanhã os depoimentos dos donos do laboratório Labogen, Leonardo Meireles e Esdras Ferreira, suspeitos de ter conseguido contrato com o Ministério da Saúde a partir de um pedido de Vargas.

O prazo para o relator concluir o processo termina no dia 30 de julho, caso não haja recesso parlamentar. Caso a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) seja votada e a Casa entre em recesso, o prazo final se estende até o dia 11 de agosto. Depois disso, Vargas será ouvido antes que a comissão vote pela punição ou não do deputado.