Presidente da CPI da Petrobras pede que PF apure denúncia
O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), informou que reuniu-se hoje (5) com o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, para pedir que o órgão apure denúncia publicadas na última edição da revista Veja. Segundo a revista, a presidenta da Petrobras, Graça Foster; o ex-presidente da estatal José Sergio Gabrielli e o ex-diretor da Área Internacional Nestor Cerveró "tiveram acesso antecipado às perguntas e foram treinados para responder aos questionamentos“ da comissão.
"O fato colocado na revista Veja suscita investigação", disse o senador, lembrando que ontem (4) pediu à Diretoria-Geral do Senado a abertura imediata de sindicância para investigar a suposta participação de servidores em vazamento de informações a depoentes da CPI.
Sobre a sindicância, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), adiantou que vai atender ao pedido do senador Vital do Rêgo e autorizar a investigação interna. "A CPI é uma instituição que não pode sair arranhada. É um instrumento fundamental de fiscalização e de cumprimento do papel do Legislativo. Então, é preciso esclarecer tudo na forma do que foi denunciado", destacou. Renan defendeu ainda continuidade sem prejuízo das atividades da CPI.
Segundo o senador Vital do Rêgo, a CPI da Petrobras no Senado ainda tem um mês e meio de trabalho pela frente, até apresentação do relatório, e os trabalhos serão mantidos. "Vamos continuar na apuração dos fatos. É a nossa missão. A CPI não pode ser suspensa até por um dever constitucional e institucional do Senado".
No primeiro dia do esforço concentrado do Congresso, o assunto estava entre os mais comentados entre parlamentares do governo e da oposição. A senadora Vanessa Graziotion (PCdoB-AM), uma das mais atuantes na CPI da Petrobras no Senado, cobrou apuração das denúncias.
"Eu reprovo porque isso não é comum, é completamente desnecessário, porque todas as perguntas feitas pelo relator são perguntas óbvias que qualquer senador faria e os depoentes já deveriam estar preparados para aquele tipo de pergunta. Se isso tiver ocorrido, e eu não sei se ocorreu, não é algo aceitável e é completamente desnecessário".