logo Agência Brasil
Política

Governo e oposição no Senado consideram necessária saída de Graça Foster

Mariana Jungmann - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 04/02/2015 - 17:47
Brasília

A saída da presidenta da Petrobras, Graça Foster, e de mais cinco diretores da empresa, anunciada hoje (4), repercutiu positivamente no Senado. Para governistas e oposicionistas, a renúncia do comando da empresa era necessária em face da falta de condições políticas geradas pela crise na companhia.

 

O senador Humberto Costa fala à imprensa sobre a CPI da Petrobras (José Cruz/Agência Brasil)

Mudança contribuirá para retomada da credibilidade da empresa, diz líder do PT José Cruz/Agência Brasil

“Não havia mais condições políticas, gerenciais e de credibilidade empresarial para manutenção da atual diretoria da Petrobras”, afirmou o líder do PT, Humberto Costa (PE). Segundo Costa, a mudança vem “num bom momento” e deve contribuir para a retomada da credibilidade da empresa.

Também apostando na retomada da confiabilidade, o senador Valdir Raupp (PMDB-RR) acredita que as mudanças eram necessárias e permitirão que as ações da empresa continuem subindo. Ontem (3), após os rumores da saída de Graça Foster, as ações da Petrobras subiram aproximadamente 15%.

Para Raupp, a presidenta Dilma Rousseff deverá dar um “choque de credibilidade” na escolha da nova diretoria. “Acho que ela deve escolher uma diretoria mais jovem, nova, preparada para continuar dando confiança ao mercado. Como fez na Fazenda, deve fazer na Petrobras, para dar credibilidade, de modo que a empresa possa se inserir no mercado internacional, volte a crescer e os investimentos voltem a aparecer.”

Mais pessimista, a oposição considera que, apesar de necessária, a demissão da atual diretoria não deverá ter efeito nos problemas que a Petrobras enfrenta no mercado. Para o novo líder do DEM, senador Ronaldo Caiado (GO), os problemas não “desaparecerão com a varinha de condão” da nova diretoria. Para ele, a atual crise deixa efeitos de difícil superação, entre os quais a dificuldade de escalar novos diretores e presidente.

“Primeiro, porque o cidadão que é acionista da Petrobras foi duramente penalizado. Depois, porque o governo está em uma crise tão dura de governabilidade, de credibilidade, que ela [Dilma] não consegue achar ninguém sério para emprestar seu currículo, sua história de vida para presidir uma empresa envolvida em um escândalo de proporções estratosféricas”, acrescentou.

CCJ do Senado debate se CPI da Petrobras será exclusiva ou ampla. Por causa do início das votações no Plenário a CCJ suspendeu a reunião. Na foto, o senador José Agripino (Valter Campanato/Agência Brasil)

Agripino Maia: saída de Graça Foster da Petrobras

  foi  tardia  Valter  Campanato/Agência  Brasil

Para o senador José Agripino (DEM-RN), a saída de Graça Foster foi tardia. “Desde que o procurador-geral da República [Rodrigo Janot] recomendou a saída da presidenta Graça Foster, a providência deveria ter sido tomada", afirmou.