Parlamentares retiram assinaturas, e CPI dos Fundos de Pensão é arquivada
Depois de retirado o apoio de sete senadores, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fundos de Pensão não mais sairá do papel. A maior parte das desistências, seis, veio da bancada do PSB, que recuou em peso.
Em nota divulgada hoje pela liderança do partido no Senado, os senadores Romário (RJ), Lídice da Mata (BA), Roberto Rocha (MA), João Capiberibe (AP), Fernando Bezerra Coelho (PE) e Antônio Carlos Valadares (SE) explicam que desistiram de apoiar a investigação "para concentrar forças e energias no bom e eficiente funcionamento das CPIs do HSBC, da Operação Zelotes e do Extermínio de Jovens".
Na justificativa, a bancada socialista diz que a proliferação de CPIs dispersa o trabalho do Senado Federal, "enfraquece a investigação, desviando as atenções do debate das grandes questões nacionais, como a reforma política e a construção de um novo pacto federativo, o fortalecimento das finanças de estados e municípios, entre outras urgentes questões indispensáveis para a superação da grave crise econômica que aflige no presente a nação brasileira".
O prazo para retirada de assinaturas era meia-noite de ontem. A coleta de 32 assinaturas, cinco a mais que o mínimo necessário, foi liderada pelos senadores Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e Ana Amélia (PP-RS). Eles protocolaram o pedido para a criação da comissão na última terça-feira (7).
"Estou desolada. Uma CPI dessas é a oportunidade para desvendar o mistério que existe em alguns setores que impactam os interesse da classe trabalhadora. São funcionários de empresas estatais cujos fundos de pensão tiveram, em muitos casos, uma gestão temerária", disse Ana Amélia. Segundo a senadora, foram feitas aplicações de alto risco que provocaram "prejuízos incalculáveis e irreparáveis a aposentados".
A senadora gaúcha disse ainda que não conversou com os parlamentares que retiraram assinaturas, nem mesmo com o colega de partido Ivo Cassol (RO), o sétimo entre os que recuaram no apoio. Para ela, o assunto não se esgota com o arquivamento do pedido de CPI, já que continuará sendo discutido em audiências públicas de comissões da Casa.
A lista de entidades com contas que seriam investigadas com a criação da CPI engloba a Previ, dos servidores do Banco do Brasil; a Petros, dos servidores da Petrobras; a Funcef, dos empregados da Caixa Econômica Federal; e o Postalis, dos servidores dos Correios.