Renan defende projeto para regular estatais e "abrir caixa-preta"
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), voltou a defender hoje (2) um projeto de lei que regulamente a gestão das empresas estatais. Ele negou que o anteprojeto apresentado por ele e pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tenha a finalidade de promover uma interferência do Poder Legislativo nas empresas geridas pelo Executivo.
“O papel do Legislativo é fiscalizar o Executivo e vice-versa. O papel do Executivo é fiscalizar também o Legislativo. Nisso, os poderes são complementares. Não há absolutamente interferência. O que há é um desejo da sociedade que se abra a caixa preta das estatais. Que isso fique absolutamente transparente. O país cobra isso”, afirmou.
O presidente também evitou relacionar o projeto diretamente aos recentes escândalos de corrupção na Petrobras e disse que o objetivo é que todas as empresas sejam fiscalizadas, inclusive essa. Questionado se o objetivo será acabar com as indicações políticas para os cargos nas estatais, Renan minimizou a questão. “Esse aspecto, com relação à indicação dos nomes, é apenas um aspecto da lei. Não é o fundamental. O fundamental é a transparência, que se abra a caixa preta”, disse.
Além de formularem um anteprojeto sobre esse assunto, o presidente do Senado e o da Câmara também elencaram uma comissão com deputados e senadores para discutir o texto e transformar a proposta em projeto de lei. O objetivo é aprovar a matéria nas duas casas o quanto antes.
Segundo Renan, a comissão terá 30 dias para apresentar o projeto de lei complementar sobre o assunto. Assim, ele teria condição de entrar em votação antes do recesso parlamentar, que começará dia 17 de julho. “É preciso lei complementar, nós designamos comissão que em 30 dias vai apresentar um projeto de lei. É uma resposta que a sociedade está cobrando, que façamos uma lei que dê racionalidade às estatais, ajude no ordenamento, garanta a transparência, o controle público e, sobretudo, crie critérios para uma fiscalização do Legislativo”, destacou.