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Política

Cunha defende saída de Temer da articulação política do governo

Carolina Gonçalves - Repórter da Agência Brasil*
Publicado em 02/07/2015 - 13:49
Brasília

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse hoje (2) que o vice-presidente da República Michel Temer tem que deixar a articulação política do governo assim que for concluída a votação das matérias sobre o ajuste fiscal.

“Michel Temer entrou para melhorar esta articulação política e está claramente sendo sabotado por parte do PT. Acho que deveria deixar a articulação política”, afirmou Cunha.

Para o parlamentar, a articulação política do governo está, a cada hora, indo para um caminho equivocado. “Do jeito que está aqui, com o governo se misturando com o PT no mesmo mal, o PMDB deve ficar longe, porque isso não está fazendo bem para o PMDB e, ao mesmo tempo, o governo, como está se comportando dentro da Casa, não está fazendo bem a ele”, concluiu.

As afirmações foram uma reação de Cunha às críticas de parlamentares que questionam votações polêmicas, como a que garantiu a aprovação da redução da maioridade penal a partir da votação de emendas.  A Câmara dos Deputados aprovou, em primeiro turno, no começo da madrugada de hoje (2) uma emenda substitutiva, praticamente idêntica ao texto derrubado no dia anterior (1º), e que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos para crimes hediondos, homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte.

Isso é choro de quem não tem voto, de quem está entrando em agenda que não é da sociedade. Não é à toa que o governo está indo para 9% de popularidade e está do mesmo tamanho de quem apoia a manutenção da idade penal”, disse Cunha.

Após as declarações de Cunha, o ministro Edinho Silva, da Secretaria de Comunicação Social, disse que Temer tem "papel fundamental na governabilidade". Edinho se encontrou com  Temer no gabinete da Vice-Presidência e, na saída, foi questionado por jornalistas sobre as afirmações de Cunha. O ministro afirmou que o presidente da Câmara tem direito de se posicionar e que, na democracia, é necessário respeitar as opiniões.

"Todos os que acompanham o dia a dia do governo sabem que o governo da presidenta Dilma [Rousseff] valoriza o vice-presidente Michel Temer. O vice-presidente Michel Temer, além da função institucional que está exercendo neste momento, que é substituir a presidenta, também tem papel fundamental na governabilidade."

Desde o último fim de semana, Michel Temer é presidente da República em exercício. Ele fica no cargo até a tarde de hoje (2), quando Dilma Rousseff retorna de visita aos Estados Unidos.

*Colaborou Paulo Victor Chagas