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Política

Centrais sindicais defendem Lula como ministro

Elaine Patricia Cruz - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 23/03/2016 - 17:57
São Paulo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa hoje (23) de um evento organizado por centrais sindicais na Casa de Portugal, no bairro da Liberdade, centro de São Paulo. O ato, segundo as centrais, defende “a democracia e o Estado de Direito” e é contrário ao processo de impeachment da presidenta da República Dilma Rousseff, chamado por eles de golpe.

Lula chegou ao local por uma porta traseira, sem falar com a imprensa. O ex-presidente subiu ao palco ao som de uma das músicas de suas campanhas à Presidência, conhecida pelo refrão “Lula lá” e sob gritos de “Lula, guerreiro do povo brasileiro”. Um vídeo com a hashtag #Lulavalealuta, com depoimentos e fotos de apoio de várias pessoas de fora do país segurando uma placa com a frase “Democracia no Brasil”, foi exibido no início do ato. Entre os depoimentos estava o do ator norte-americano Danny Glover e o do presidente do Equador, Rafael Correa.

No início do evento, eles também distribuíram um documento em que explicam serem de “de diferentes tendências sindicais” e que manifestam “total solidariedade à presidenta Dilma Rousseff, legitimamente eleita pela maioria do povo brasileiro e ao companheiro e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e exigimos a imediata efetivação de sua posse como ministro-chefe da Casa Civil”.

O ato é apoiado principalmente pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e pela Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), mas há também representantes de outras centrais como a União Geral dos Trabalhadores (UGT) e até da Força Sindical, representada por João Carlos Gonçalves, o Juruna.

O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, conhecida voz de oposição ao governo federal, não compareceu. Segundo funcionários da Casa de Portugal, havia cerca de 1 mil cadeiras no auditório onde acontece o ato, quase todas ocupadas.

Manifesto

Durante o evento, as centrais distribuíram a jornalistas um documento conjunto, que será lido mais tarde, chamado Garantir a democracia brasileira e o respeito à Constituição Cidadã. Impeachment sem crime de responsabilidade é golpe. Eles começam o documento dizendo que a “a ameaça de golpe de quem quer rasgar a Constituição está aprofundando a recessão econômica e aumentando o desemprego no Brasil” e colocando “em sério risco a democracia, os direitos da classe trabalhadora e a soberania nacional”.

“Expressamos a convicção de que Lula, na condição de maior líder político e popular do país, merece e goza da plena confiança e solidariedade dos dirigentes e da classe trabalhadora brasileira e irá contribuir de forma decisiva para solucionar a crise política e institucional que perturba o Brasil”, diz o documento ao fazer referência de defesa pela efetivação de Lula como ministro.

Para os sindicalistas que assinam o texto, “somente a via democrática, sem subterfúgios ou à margem da Constituição, poderá criar as condições para a retomada do crescimento e a geração de empregos no país”. Para eles, “Lula, como ministro-chefe da Casa Civil, poderá dialogar com as diversas forças políticas do país”.