Cunha reafirma que não será delator e nega conflito com clientes de sua advogada

O presidente afastado da Câmara também disse que não tem qualquer

Publicado em 16/06/2016 - 14:09 Por Carolina Gonçalves – Repórter da Agência Brasil - Brasília

Brasília - O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, é alvo da Operação Catilinárias deflagrada hoje pela PF no Distrito Federal e em sete estados (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente afastado da Câmara diz também que não há conflito com advogados que defendem sua mulher,  Cláudia  Cruz       Arquivo/Agência  Brasil

Recorrendo novamente às redes sociais para se manifestar sobre os últimos fatos divulgados pela imprensa, o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), voltou hoje (16) a rechaçar o que chamou de “ilação mentirosa”: a possibilidade de se tornar delator da Operação Lava Jato. Cunha disse que não tem qualquer conflito com outros clientes defendidos por sua advogada, Fernanda Tortima.

A advogada foi citada pelo jornal O Estado de S. Paulo, que destacou sua atuação na defesa de outros nomes que negociaram delação premiada, como o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, autor gravações divulgadas nos últimos dias em que revela o repasse de propina para políticos de seis partidos, entre os quais, membros da cúpula do PMDB.

“Cada advogado sabe se existe conflito entre seus clientes e, a partir daí, opta para solucionar o conflito. Não tenho qualquer conflito com clientes dela [Fátima]”, afirmou. Cunha disse que Fernanda é sua advogada há anos e assegurou que nunca perguntou, ou vai perguntar, quem são os outros clientes e que tipo de trabalho Fernanda desenvolve para eles.

Eduardo Cunha acrescentou que sua mulher, Cláudia Cruz, ré na Lava Jato pelos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas envolvendo valores provenientes do esquema criminoso instalado na Diretoria Internacional da Petrobras, também é defendida por advogados que têm outros clientes que colaboram com a Justiça, mas que não tem qualquer conflito com ele.

“Se tivermos de restringir que advogado que participa de delação não advoga para quem não participa, faltará advogado no mercado”, disse o parlamentar, negando novamente qualquer intenção de se tornar delator. “Não cometi qualquer crime e não tenho o que delatar”, afirmou.

Edição: Nádia Franco

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