logo Agência Brasil
Política

Senadores pró-Dilma levam representações ao MP contra testemunhas da acusação

O objetivo é investigar se o procurador Júlio Marcelo (foto) e o
Mariana Jungmann e Iolando Lourenço - Repórteres da Agência Brasil
Publicado em 30/08/2016 - 19:36
Brasília
Brasília - O procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União, Júlio Marcelo de Oliveira, está sendo ouvido apenas como informante durante sessão de julgamento do impeachment da presidenta afastada Dilma Rousseff (
© Marcelo Camargo/Agência Brasil

Os senadores que apoiam a presidenta Dilma Rousseff apresentaram hoje (30) duas representações contra as duas testemunhas levadas ao julgamento do impeachment pela acusação – o procurador Júlio Marcelo de Oliveira e o auditor fiscal Antônio Carlos Costa D'Ávila.

“Junto com vários partidos políticos da minoria parlamentar, protocolizamos representação no Ministério Público Federal [MPF] e no Conselho Nacional do Ministério Público [CNMP]”, anunciou em plenário o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Brasília - O procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União, Júlio Marcelo de Oliveira, está sendo ouvido apenas como informante durante sessão de julgamento do impeachment da presidenta af

O procurador  Júlio Marcelo de Oliveira, segundo a minoria, foi o responsável pelo parecer que levou à condenação, pelo tribunal, das contas da presidenta Dilma Rousseff em 2014Marcelo Camargo/Agência Brasil

Os senadores da minoria representaram contra Júlio Marcelo no CNMP porque ele é procurador do MPF junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) e foi o responsável pelo parecer que levou à condenação, pelo tribunal, das contas da presidenta Dilma Rousseff em 2014 e sugere a condenação também em 2015. Os defensores de Dilma acusam o procurador de ter modificado entendimentos consagrados no tribunal e induzido os ministros a condenarem a presidenta.

“No CNMP a representação é para que se apure a responsabilidade sobre as condutas do senhor Júlio Marcelo de Oliveira nos fatos que depõem contra ele e lhe tiraram, no nosso entender, a fé pública”, disse o senador.

Os parlamentares querem ainda que o MPF investigue se Júlio Marcelo e Antônio Carlos Costa D'Ávila praticaram prevaricação, falso testemunho, deslealdade às instituições, violação do dever de parcialidade e deveres funcionais. Para os aliados de Dilma, D'Ávila admitiu em seu testemunho que ajudou a produzir o relatório de Júlio Marcelo, que depois passou pelo crivo do próprio D'Ávila no TCU, o que invalidaria o procedimento por falta de isenção.

“Considero, como são testemunhas que vieram a este plenário, importante trazer a este julgamento esta medida tomada pela minoria parlamentar e solicito que seja integrado aos autos deste julgamento”, disse Randolfe ao pedir a juntada das representações aos autos do processo de impeachment.

Factóide

O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG) minimizou a importância das medidas tomadas pelos senadores da minoria. “Em relação a essas representações, é um factóide, como tantos outros que foram feitos até aqui”, disse.

Para Aécio, trata-se de uma “inversão de valores”, onde os apoiadores de Dilma procuram perseguir o procurador sem conseguir contra-argumentar com ele. “Não tendo argumentos para desmontar o relatório e as argumentações do procurador Júlio Marcelo, atacam o procurador, representam contra ele. Não tendo a coragem para assumir os seus erros e os gravíssimos crimes cometidos, atacam a oposição como se fosse a oposição a responsável por esses erros”, disse.