Defesa de Fernando Bezerra nega acusações feitas em denúncia da PGR
O advogado do senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), André Luís Callegari, divulgou nota à imprensa hoje (3) sobre a denúncia apresentada contra o senador pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal. O advogado se queixou de que o ato oficial de propor um processo contra o senador tenha “vazado” aos jornais antes de que a defesa de Fernando Bezerra tivesse conhecimento da denúncia.
“Como não teve acesso à íntegra da denúncia, a defesa do senador não tecerá qualquer comentário sobre o conteúdo da mesma. Verifica-se, contudo, que os termos citados na imprensa reforçam o que a defesa já vem esclarecendo: são imputações absolutamente descabidas, baseadas em ilações e sem qualquer rastro de prova. Não houve qualquer recebimento de favores em troca de incentivos fiscais na construção da Refinaria de Abreu e Lima”, diz a nota.
O procurador-geral, Rodrigo Janot, denunciou Bezerra por recebimento de propina de pelo menos R$ 41,5 milhões das empreiteiras Queiroz Galvão, OAS e Camargo Corrêa, contratadas pela Petrobras para a execução de obras da Refinaria Abreu e Lima. Na denúncia, Janot diz que o ex-governador de Pernambuco e então candidato à Presidência da República pelo PSB Eduardo Campos era o beneficiário do esquema de corrupção.
Segundo o advogado, o senador se mantém à disposição da Justiça para prestar esclarecimentos, mas nega que tenha participado de qualquer esquema de corrupção. “Reitera-se que as delações que deram início às investigações não foram comprovadas, são contraditórias e absolutamente infundadas”, diz a nota.
Além de Fernando Bezerra, foram denunciados os empresários Aldo Guedes Álvaro, então presidente da Companhia Pernambucana de Gás, e João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho. Eles são acusados de operar e viabilizar o esquema criminoso de repasse da propina.
Janot pede a condenação de Fernando Bezerra e dos empresários por praticarem no mínimo 77 vezes o crime de lavagem de dinheiro. Também é pedida a condenação do senador por corrupção passiva qualificada. O procurador-geral da República pediu ainda a decretação da perda em favor da União e a reparação dos danos no valor total de R$ 41,5 milhões.