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Política

Manifestantes fazem ato pelo país no dia em que recurso de Lula é julgado

Foram registrados protestos a favor e contra o ex-presidente em várias
Da Agência Brasil*
Publicado em 24/01/2018 - 12:15
 - Atualizado em 24/01/2018 - 16:47
Brasília
São Paulo – Movimentos que apoiam a condenação do ex-presidente Lula se concentram no vão livre do Masp, na Avenida Paulista (Fernando Bizerra/EFE/direitos reservados)
© Fernando Bizerra/EFE/direitos reservados

No dia em que o recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está sendo julgado pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) em Porto Alegre, manifestantes contrários e favoráveis ao ex-presidente promovem atos em várias cidades do país.

Os desembargadores em Porto Alegre julgam recurso de Lula contra a condenação de 9 anos e 6 meses de prisão, no caso do triplex do Guarujá. A pena foi aplicada pelo juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância da Justiça Federal, em Curitiba.

São Paulo

Desde o meio-dia, manifestantes ligados ao movimento Nas Ruas e Movimento Brasil Livre (MBL), favoráveis à condenação de Lula, se concentram no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Dois carros de som ocupam duas faixas da avenida, no sentido Consolação. Os manifestantes carregam faixas contra o ex-presidente e de apoio ao juiz Sérgio Moro.

A manifestação provoca lentidão no trânsito, mas não há registro de incidentes. A Polícia Militar (PM), que acompanha a manifestação, não informou a estimativa de público.

A porta-voz do #NasRuas, Carla Zambelli, disse que o voto do relator foi coerente. "Acho que o voto do relator foi coerente, inclusive em relação ao aumento da pena. Espero três votos a favor, confiamos na Justiça de primeira e segunda instâncias, o que tememos são as manobras que podem acontecer no âmbito do Supremo", disse Carla.

O representante do MBL, o vereador Fernando Holiday, estima que no momento estejam na manifestação 100 pessoas. "Mas espero que seja maior no fim da tarde". Ele concordou com o voto do relator. "Houve um detalhamento das acusações e provas, e ainda ressaltou os pontos da defesa, justamente para não passar uma ideia de julgamento político". Ele espera que o resultado fique em trêsa um pela condenação.  "Assim dificultaria a candidatura dele", acredita.

São Paulo Movimentos que apoiam a condenação do ex-presidente Lula se concentram no vão livre do Masp, na Avenida Paulista (Fernando Bizerra/EFE/direitos reservados)

Movimentos que apoiam a condenação do ex-presidente Lula se concentram no vão-livre do Masp, na Avenida PaulistaFernando Bizerra/EFE/Direitos Reservados

Já o grupo de apoio ao ex-presidente Lula, que reúne movimentos sociais e centrais sindicais, faz a manifestação a partir das 17h na Praça da República, região central da cidade. A previsão é de que o grupo faça caminhada até a Avenida Paulista.

A Polícia Militar acompanha os dois atos e a Tropa de Choque está concentrada perto do Parque Trianon, a uma quadra da Avenida Paulista.

O ex-presidente Lula acompanhou parte do julgamento no Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo (SP). No início da manhã, em discurso para apoiadores, Lula disse que está tranquilo e reafirmou que não cometeu crime. Militantes acompanham o julgamento por um telão instalado no local.

João Pessoa

Um ato de militantes contra a condenação do ex-presidente terminou com cinco feridos. De acordo com organizadores, policiais reprimiram o ato e atiraram contra os manifestantes com bala de borracha, deixando cinco feridos. A estimativa da organização é que 4 mil pessoas participaram do ato. A Agência Brasil procurou a Polícia Militar da Paraíba, mas até o momento não recebeu resposta.

O protesto teve início às 8h30 na Praça João Pessoa. Os participantes saíram em marcha em direção à sede da Justiça Federal na cidade. Por volta das 10h30, quando chegaram ao prédio, agentes da PM teriam começado a disparar na direção dos manifestantes com bala de borracha. Alguns manifestantes se dispersaram e outros começaram a reagir, jogando pedras nos agentes que se colocavam em frente ao prédio da Justiça Federal, conforme a organização formada por centrais sindicais e movimentos sociais.

Segundo Jacson Macedo, presidente do PT da Paraíba, cinco pessoas ficaram feridas e três foram detidas. Após a confusão, houve uma reunião entre o comando da operação da PM e os organizadores da manifestação. Um acordo foi feito e a situação foi normalizada, com militantes permanecendo em frente ao prédio da Justiça Federal. 

Em nota, a Coordenadoria de Comunicação Social da Polícia Militar da Paraíba informou que a segurança continua reforçada no Estado para garantir a livre manifestação pública e salvaguardar a integridade das pessoas e dos órgãos públicos.

A Justiça Federal na Paraíba (JFPB) divulgou que, em virtude dos atos e da concentração de manifestantes nas imediações dos prédios do órgão, o expediente foi encerrados às 13h30.

Porto Alegre

Na capital gaúcha, onde ocorre o julgamento, a Brigada Militar abordou uma embarcação nas águas do Rio Guaíba. O barco estava no perímetro delimitado pelas autoridades para o acompanhamento de movimentos sociais que defendem o ex-presidente. Dentro barco, foi inflado um boneco anti-Lula por manifestantes que pedem a prisão do ex-presidente.

Segundo a Brigada Militar, o barco estava com a documentação em dia. Mesmo assim, foi retirado do local e o boneco inflável removido. A área foi isolada pelo governo do estado. 

Manifestantes a favor de Lula acompanham o julgamento em acampamento montado a cerca de um quilômetro do TRF4. Uma parte do grupo está perto do cordão de isolamento montado pela polícia nas proximidades do tribunal. De acordo com as autoridades, 2,2 mil policiais fazem a segurança no local. Não foi registrado nenhum incidente pela Polícia Militar.

Manifestantes aguardam, do lado externo do TRF4, resultado do julgamento do recurso do ex-presidente Lula contra a condenação no caso triplex de Guarujá (Reuters/Paulo Whitaker/Direitos Reservados)

Manifestantes aguardam, do lado externo do TRF4, resultado do julgamento do recurso do ex-presidente Lula contra a condenação no caso triplex de GuarujáReuters/Paulo Whitaker/Direitos Reservados

No período da tarde, está previsto ato contra o ex-presidente, convocado pelo Movimento Brasil Livre (MBL).

Salvador

Integrantes de movimentos sociais, sindicalistas e simpatizantes do ex-presidente bloquearam na manhã de hoje (24) a avenida que dá acesso ao Aeroporto Internacional Deputado Luís Eduardo Magalhães, em Salvador. A Polícia Militar intensificou o policiamento ostensivo a fim de evitar conflitos.

Os manifestantes começaram a se concentrar próximo ao local do bloqueio por volta das 4h30 de hoje. Segundo a Superintendência de Trânsito (TranSalvador), a Avenida Tenente Frederico Gustavo dos Santos, que dá acesso ao aeroporto, estava totalmente bloqueada por volta das 6h20 e foi liberada pouco após as 7h10.

Muitos passageiros tiveram que seguir a pé até o aeroporto para não perder seus voos. Após liberarem o acesso ao aeroporto, os manifestantes seguiram em caminhada até a Câmara Municipal de Lauro de Freitas, onde de acordo com a PM, o ato foi encerrado.

Pouco após as 10h30, a TranSalvador registrava o início de um segundo bloqueio, desta vez na Avenida Sete de Setembro, próximo à Praça da Piedade, na região central.

Recife

Desde ontem (23), atos de apoio ao ex-presidente foram registrados em várias cidades pernambucanas, como Petrolina, Garanhuns e Caruaru. Segundo a Polícia Militar, não houve registros de confusões.  No Recife, integrantes da Frente Brasil Popular, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e de outros movimentos sociais estão reunidos na Praça Tiradentes, onde acompanham a transmissão do julgamento do recurso por meio de um telão instalado no local. 

*Reportagem de Alex Rodrigues e Jonas Valente, da Agência Brasil, e Lucas Pordeus Leon, da Rádio Nacional

* Texto ampliado às 17h29