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Política

Rio ainda transporta metade do fluxo de combustível anterior à greve

Em dia normal, o transporte diário no estado é de 15 milhões de litros
Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 28/05/2018 - 22:19
Rio de Janeiro

A Secretaria de Estado de Segurança do Rio de Janeiro informou que, desde segunda-feira (21), foram feitas 257 escoltas a caminhões de combustível no estado. Durante reunião do Gabinete de Gestão de Crise (GGC), que começou no fim da tarde de hoje (28), ficou acertado que, até meia-noite, serão transportados 8 milhões de litros de combustíveis levados por caminhões-tanque escoltados que saem da Refinaria Duque de Caxias (Reduc) e de distribuidoras. Em dias normais o transporte diário no estado é de 15 milhões de litros.

Os pedidos são organizados na Central de Escoltas, que tem a participação da Polícia Militar, da Força Nacional, das Forças Armadas, da Polícia Rodoviária Federal e da Guarda Municipal do Rio de Janeiro, que funciona no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), na Cidade Nova, região central do Rio, onde está instalado o GGC.

O interventor federal na Segurança Pública do Rio, general Walter Braga Netto, participou do início da reunião, que continuou com o secretário de estado de Segurança, general Richard Nunes, o governador Luiz Fernando Pezão e representantes das forças de segurança federais e do estado, além de integrantes de órgãos de serviços essenciais.

Segundo Pezão, o transporte de combustíveis vai ser intensificado nesta madrugada e os caminhões destinados ao abastecimento de serviços essenciais, como hospitais, coleta de lixo e prefeituras do interior passarão a trafegar com adesivos nas portas laterais e no vidro dianteiro de identificação da Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro.

Quanto ao atendimento às prefeituras, ele também espera intensificar o atendimento. “Amanhã a gente quer ver se atinge a mais cidades ainda, mas hoje já foram cerca de 20 municípios atendidos e a gente quer que se espalhe para outros municípios através de quartéis centrais que escolhemos hoje”, disse.

Até agora, os caminhões-tanque escoltados tiveram como destinos a capital - postos das zonas norte, oeste, sul, e do Centro; Baixada Fluminense; Niterói, São Gonçalo, Itaguaí, na região metropolitana; em Cabo Frio, na Região dos Lagos; para o serviço das barcas, do Porto do Rio de Janeiro; para empresas de ônibus do estado; e para as prefeituras de Niterói, Duque de Caxias e Angra dos Reis.

Além disso, foram atendidos a Comlurb, a Cedae, o sistema BRT, a Petrobras, o consórcio Rio Ônibus, os aeroportos do Galeão, Santos Dumont e Bartolomeu Lisandro, em Campos dos Goytacazes; e órgãos de saúde e forças de segurança. Houve ainda escolta pela Polícia Militar para o transporte de cilindros de gás de oxigênio para os municípios de Guapimirim e Nova Friburgo.

Pezão informou ainda que haverá um comboio de caminhões para transporte de legumes, verduras e frutas. “Tem cerca de 80 caminhões de produtores rurais descendo de Cordeiro, amanhã, e a gente quer intensificar também o abastecimento aqui”, revelou. O governador acrescentou que a produção de outros municípios da Região Serrana foi concentrada na cidade de Cordeiro para facilitar o transporte.

De acordo com o governador, ainda não é possível estimar quando a situação estará normalizada. “A gente vai voltar ao normal, na hora que o Brasil voltar ao normal”, apontou. Pezão destacou que não faltou negociação com os caminhoneiros, tanto pelo governo do estado como em nível federal, que segundo ele, atenderam a todas as reivindicações da categoria. “Estou desde quinta-feira mantendo contatos com diversas lideranças e eles para mim, e já foi divulgado hoje, muitos deles saíram da greve”, completou.

Alíquota do ICMS

Pezão está confiante também na aprovação, pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), do projeto de lei encaminhado pelo Executivo fluminense que determina redução de 16% para 12% da alíquota do ICMS sobre o óleo diesel. De acordo com o governador, deputados que estavam com em suas cidades com dificuldade para ter combustível já estão conseguindo viajar. “Até o próprio abastecimento da Assembleia Legislativa estamos vendo. Acho que não vai ter problema de se votar o nosso projeto”, avaliou.

Na visão dele, o estado do Rio, apesar das dificuldades avançou para restabelecer os serviços após intensa negociação com representantes dos caminhoneiros. “Os hospitais estão funcionando perfeitamente, a prefeitura volta amanhã com as escolas municipais. Hoje, mais de 95% das escolas estaduais funcionaram em todo o estado garantindo a merenda, o Tribunal de Justiça parece que amanhã volta. Acho que a gente está voltando à vida normal”, avaliou.