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Política

Bolsonaro não definiu se unirá Agricultura e Ambiente, diz ruralista

Presidente da União Democrática Ruralista visitou presidente eleito
Cristina Índio do Brasil – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 31/10/2018 - 21:32
Rio de Janeiro

O presidente eleito Jair Bolsonaro recebeu hoje (31) em casa, na Barra da Tijuca, o presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Nabhan Garcia. Após reunião de quase duas horas, Garcia disse que o futuro presidente ainda não decidiu se vai fundir os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente. "Não tem nada confirmado sobre a união dos dois ministérios. Existe a possibilidade dos dois ministérios seguirem separados como existe a possibilidade de seguirem em uma fusão. Não tem nada definido, pelo menos foi isso que o presidente me disse."

Segundo Garcia, antes de tomar a decisão, Bolsonaro pretende ouvir representantes dos dois setores. "Isso é uma coisa que vai ser definida ao longo de muitas conversas, de ouvir segmentos, ouvir instituições. O presidente Bolsonaro não tem essa marca de ser autoritário e dizer é assim que eu quero é assim que vai ser”. O deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e futuro ministro da Casa Civil anunciou a fusão dos ministérios. Os atuais ministros do Meio Ambiente e da Agricultura se manifestaram contrários à união das pastas.

Garcia disse que a visita foi para conversar com um amigo que o “nomeou conselheiro dele para o agro”. O presidente da UDR adiantou que foi convidado por Bolsonaro para estar na semana que vem em Brasília, mas não confirmou se fará parte da equipe de transição do governo eleito. “Fui convidado para estar em Brasilia na semana que vem com ele. A gente tem uma amizade muito grande e muito próxima, recebi convite para estar com ele, mas tá cedo para dizer as coisas ainda”, contou.

Indicação a ministro

Nabhan Garcia disse também que sugeriu o nome do deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS) para o cargo de ministro da Agricultura. “É um deputado ruralista, faz parte da frente parlamentar da agropecuária, defendeu muitas situações que agradam a base produtora e seria um nome simpático. Poderão vir outros eventualmente, mas esse é um nome que foi levado para ele pela base produtora”. 

“Não quer dizer que ele será o ministro. Isso é uma coisa que vai ser analisada pelo presidente da República”, completou.

Garcia negou que esteja pleiteando ocupar o cargo. “Tanto é que não tenho essa pretensão que vim trazer um nome aqui hoje. É uma situação constrangedora. Acho que qualquer cidadão que tenha pretensão a chegar a um cargo público é muito incoerente é constrangedor chegar para um presidente da República e dizer: 'Eu quero ser ministro’. Isso está fora de moda. Essa é a velha política que o Bolsonaro está abominando”, apontou.

“Embora a imprensa e algum segmento da mídia tenha dado o meu nome como eventual ministro da Agricultura e a própria base tenha reivindicado, eu não tenho nenhuma expectativa nisso e nem é a minha meta. Como sou um produtor rural, como sou presidente de uma identidade que defende a classe produtora rural e o agronegócio, o meu dever é me preocupar com o agronegócio”, acrescentou.

Composição do governo

Durante a tarde, o presidente eleito recebeu também o pastor Silas Malafaia que, ao sair, disse que Bolsonaro comentou que há “um monte de gente se intitulando e botando o nome na imprensa” como indicado para compor o governo, mas que iria surpreender a todos, porque não será pressionado para fazer as indicações.

Malafaia também comentou o encontro de Bolonaro com o juiz Sergio Moro, agendado para amanhã. Segundo o pastor, a expectativa do presidente eleito é de ouvir o que pretende o magistrado, que foi apontado por Bolsonaro como um bom nome para o Ministério da Justiça ou para o Supremo Tribunal Federal.