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Política

Maia diz que é viável aprovar reforma da Previdência no 1º semestre

Vitor Abdala* – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 18/03/2019 - 12:48
Rio de Janeiro
Após almoço com o presidente Jair Bolsonaro, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, fala com a imprensa
© Antonio Cruz/ Agência Brasil

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse hoje (18) que é viável aprovar a reforma da Previdência na Casa ainda no primeiro semestre deste ano. Segundo ele, os defensores da reforma precisam convencer os 320 deputados sobre a importância das mudanças nas regras previdenciárias.

“Não temos 320 deputados que foram eleitos com a agenda da reforma da Previdência. Temos que mostrar aos 320 a importância da reforma. Nós, que defendemos a urgência e a decisiva reforma da Previdência, precisamos mostrar a 250, 280 deputados que não foram eleitos com essa agenda, que, para que o Brasil volte a investir, a gente precisa da reforma da Previdência”, disse Maia.

Maia nega que tenha havido perda de apoio da reforma na Câmara, mas não quis revelar com quantos votos favoráveis a medida pode contar. “Eu não gosto de falar de números. O que eu acho é que com uma boa articulação política, um bom diálogo do Poder Executivo com o Legislativo, e isso o ministro [da Economia] Paulo Guedes tem feito muito bem, a gente tem hoje um ambiente muito melhor do que a gente teve no passado, para aprovar uma reforma da Previdência”, disse aos jornalistas após evento na Fundação Getulio Vargas (FGV).

Durante discurso no evento, Maia disse que o ministro da Economia, Paulo Guedes, precisa se aproximar mais da política. “Eu digo sempre ao ministro Paulo Guedes, que tem aprendido rápido a fazer política, mas que ainda precisa se aproximar mais da política: ‘ministro, infelizmente, não temos 320 liberais no parlamento brasileiro. É uma construção, mostrando aos parlamentares que não têm a agenda de reforma de que essa agenda da Previdência vai gerar condições para que o Estado brasileiro volte a ter condições de investir na melhoria da qualidade de vida das pessoas”, disse.

Confiança

Após almoço com o presidente Jair Bolsonaro, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, fala com a imprensa
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, fala com a imprensa - Antonio Cruz/ Arquivo Agência Brasil

Maia se mostrou confiante na aprovação da reforma e disse que, mesmo que não haja apoio de parlamentares agora, esse quadro mudará quando começar um diálogo com as bancadas dos partidos. “Política é diálogo, conversa, paciência e equilíbrio.”

“Quando há boa vontade dos presidentes da República, do Congresso e do Supremo, a gente só não aprova uma boa reforma da Previdência, se a gente errar muito. E acho que a gente não vai errar. Todos nós temos muita experiência.”

Segundo Maia, é importante que não haja discussões que prejudiquem a reforma da Previdência, como as mudanças de regras do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e a colocação em pauta da desvinculação das receitas orçamentárias. Segundo ele, se o BPC não tiver nenhum impacto fiscal relevante, o ideal é que não se discuta a questão.

Sobre a desvinculação, o receio é que a discussão possa criar problemas com as bancadas da saúde e da educação. “Ela gera algumas polêmicas no curto prazo que podem atrapalhar, mas se for a decisão do governo e do Senado debater a desvinculação, nós vamos debater. Ela vai mobilizar as bancadas de saúde e educação contra. Você vai trazer duas bancadas para negociar esse tema junto com a reforma da Previdência”.

Maia também disse ser importante que os militares participem da reforma. “Os militares sabem fazer conta. Ou eles ajudam, como têm ajudado a fazer a reforma também das Forças Armadas, ou eles vão ficar também sem receber salário.”

Rodrigo Maia falou com a imprensa depois de um evento sobre reforma da Previdência, promovido hoje (18) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, que também participou do evento, disse que o STF não quer ter um protagonismo desnecessário nas discussões da reforma.

 

 

*A matéria foi ampliada às 13h01