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Política

Vai chegar a hora do Brasil na OCDE, diz Bolsonaro

Presidente comentou anúncio dos EUA de apoio à Romênia e à Argentina
Pedro Rafael Vilela – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 10/10/2019 - 20:45
Brasília
Presidente da República Jair Bolsonaro, durante transmissão da live para as redes sociais.

Foto: Marcos Corrêa/PR
© Marcos Corrêa/PR

O presidente Jair Bolsonaro negou hoje (10) que o governo dos Estados Unidos tenha preterido o ingresso do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Durante sua tradicional live semanal, no Facebook, Bolsonaro afirmou que o apoio dos norte-americanos à entrada de Romênia e Argentina já era conhecido e que o Brasil terá sua oportunidade de integrar o chamado "clube dos ricos", como a OCDE é conhecida.

"Estamos praticamente chegando lá, só que dois países estavam na frente, Argentina e Romênia, e isso foi mais uma vez externado hoje", disse o presidente. "Não é chegou e vai entrando. Eles [OCDE] fazem uma seleção, e a seleção é a conta-gotas, para exatamente esse novo país que entra cumpra tudo aquilo que está no Estatuto da OCDE, porque eles não podem errar. E o Brasil vai chegar a sua hora", acrescentou.  

Mais cedo, a agência de notícias Bloomberg informou que governo dos Estados Unidos, por meio do secretário de Estado, Mike Pompeo, rejeitou um pedido para discutir o aumento de integrantes na OCDE, grupo que reúne 36 países, a maioria da Europa e América do Norte. De acordo com a agência, a informação constava em uma carta enviada por Pompeo ao secretário-geral da OCDE, Angel Gurria. No documento, os EUA confirmam apoio formal à entrada da Argentina e da Romênia no grupo.

Presidente da República Jair Bolsonaro, durante transmissão da live para as redes sociais.

Foto: Marcos Corrêa/PR
Presidente falou sobre OCDE, economia e estabilidade de servidores públicos em sua live semanal no Facebook - Jair Bolsonaro/Redes Sociais

A Embaixada do Estados Unidos divulgou nota oficial para reafirmar o apoio ao ingresso do Brasil na organização, mas ressaltou que a expansão da OCDE deve seguir "um ritmo controlado que leve em conta a necessidade de pressionar as reformas de governança e o planejamento de sucessão".

"A primeira vez que estive com Donald Trump [presidente dos EUA], pedi esse apoio. Imediatamente [ele] nos deu. Agora, não depende só dele, nós temos que procurar todos os países, porque tem que haver unanimidade", disse Bolsonaro.

Na rede social Twitter, o presidente postou um tuíte do presidente Donald Trump no qual o líder norte-americano reitera o apoio ao Brasil.

Economia

Durante a live, o presidente estava acompanhado do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães. Bolsonaro está em São Paulo, onde participou do Fórum de Investimentos Brasil 2019, um evento internacional de negócios.   

"Estava aqui praticamente a nata dos investidores. E por que se fizeram presentes? Porque o Brasil praticamente recuperou sua confiança", disse o presidente brasileiro, que se reuniu com líderes empresariais de diversos países após o encontro.

Bolsonaro demonstrou entusiamos com os números da economia, como a taxa de inflação e a queda na taxa oficial de juros. "Nós devemos terminar o ano com uma a inflação abaixo da média da meta. Estamos com 5,5% da taxa Selic. Existe a possibilidade de terminarmos o ano com 4,5%. Cada um por centro na taxa de juros, a gente paga, o ano seguinte, menos R$ 40 bilhões", acrescentou.

O presidente da Caixa chegou a dizer que a queda na taxa Selic terá repercussão na redução dos juros do crédito imobiliário concedido pelo banco. "Cada medida de redução de juros se seguirá uma redução de juros no crédito imobiliário", afirmou Pedro Guimarães. A Caixa vem reduzindo os juros do crédito imobiliário desde o início do ano, passando de pouco mais de 10% ao ano para os atuais 7,5%.     

Servidores

O presidente também aproveitou a live para rebater notícias de que o governo planeja acabar com a estabilidade dos servidores públicos. Segundo ele, o que está em estudo só valeria para funcionários contratados, por meio de concurso, no futuro, após a aprovação da mudança.

"O que o governo estuda é o fim da estabilidade para quem adentrar no serviço após a promulgação da emenda constitucional, isso é o que está sendo estudado. Quem está no serviço público pode ter um dia de serviço que não será afetado", disse.