Senado faz último teste antes de votação eletrônica a distância
O Senado realizou hoje (23) um último teste antes da votação de amanhã (24) da Medida Provisória (MP) 899/2019. O teste simulou uma sessão de votação e reuniu os senadores, em isolamento domiciliar em seus estados, via internet em uma videoconferência. O teste não foi exibido para o público, ao contrário do que ocorrerá na sessão de amanhã. Segundo o presidente em exercício do Senado, Antonio Anastasia (PSD-MG), a experiência foi um sucesso.
“Realizamos hoje o teste definitivo para o sistema de deliberação remota. Foi muito bem-sucedido, com participação dos senadores, de toda a área técnica do Centro de Informática e Processamento de Dados do Senado Federal (Prodasen) e, portanto, estaremos aptos a fazer a votação da Medida Provisória 899 já no plenário virtual”, disse Anastasia, em declaração feita à Agência Brasil.
Segundo ele, a sessão de amanhã terá o mesmo formato de uma sessão deliberativa presencial, com discussões, líderes orientando os votos das suas bancadas e a votação. A votação será feita pelo sistema desenvolvido pelo Prodasen. “Então, teremos, como se fosse uma réplica, mas descentralizado para todo o país, o nosso plenário”, acrescentou. Anastasia ocupa provisoriamente o posto de presidente do Senado enquanto o presidente, Davi Alcolumbre (DEM-AP), se recupera do coronavírus, para o qual testou positivo na última semana.
Os senadores votarão eletronicamente, utilizando uma senha fornecida pelos técnicos do Prodasen. Além disso, uma foto do voto do senador será tirada, a título de comprovante de voto. Esse procedimento será diferente do ocorrido na última sexta-feira (20), quando o decreto de calamidade pública foi aprovado. Naquela sessão, a primeira remota da história, os votos foram declarados verbalmente pelos 75 senadores presentes.
Medida provisória
A MP 899/2019 trata da negociação de dívidas tributárias, tem validade até o dia 25 de março e precisa ser votada até essa data; caso contrário, perde a validade. Com a MP, o governo quer estimular a regularização de débitos fiscais e também conflitos existentes entre contribuintes e União.
O governo espera regularizar a situação de 1,9 milhão de contribuintes, que devem R$ 1,4 trilhão nesta modalidade. O texto também trata da negociação de contenciosos tributários em processos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), que somam mais de R$ 600 bilhões.