Ministra Esther Dweck explica o adiamento do Concurso Unificado

Nova data será definida após avaliação do impacto logístico

Publicado em 03/05/2024 - 20:21 Por Oussama El Ghaouri - repórter da Rádio Nacional - Brasília

O Concurso Público Nacional Unificado foi adiado em todo o país por causa do estado de calamidade pública provocado pelas chuvas no Rio Grande do Sul, desde a última segunda-feira (29).

A nova data das provas ainda não foi definida. O exame seria neste próximo domingo (5).

A informação foi dada nesta sexta-feira pela Ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, que justificou a decisão em cima da piora das condições no Rio Grande do Sul.

"Só na região Sul, a gente tería 100 mil pessoas envolvidas. Entre 80 mil pessoas que realizariam a prova, candidatos e candidatas, e 20 mil pessoas em toda a logística no estado. E ontem a gente tinha um cenário que já era grave, com 154 municípios afetados. Mas hoje aumentou para pelo menos 235. 149 bloqueios em estradas que aumentou para 185 hoje. O agravamento das condições em Porto Alegre, incluindo no aeroporto, incluindo na rodoviária. A gente sabe que 96% das viagens de ônibus foram canceladas em Porto Alegre, o que realmente gera um agravamento muito grande da situação."

A ministra disse que o adiamento do concurso foi decidido por meio de um acordo entre a União e o estado do Rio Grande do Sul e explicou por que ficou valendo para todo o país.

"Com o adiamento, a gente vai garantir as 2.144.000 pessoas inscritas no concurso, uma garantia de que todo mundo vai realizar a prova nas mesmas condições. E que a gente vai ter um concurso com o resultado, com respaldo jurídico importante. Esse acordo assinado aqui pela Procuradoria-Geral do Estado, pela Defensoria Pública da União e pela Advocacia-Geral da União nos dá esse respaldo jurídico importante que a gente precisava para tomar essa decisão de adiamento". 

 

Questionada sobre a falta de previsão no edital para situações como a que acontece no Rio Grande do Sul, a ministra respondeu.

"Tinha previsão no edital. Que até alguns jornais divulgaram isso, dizendo que a gente usaria a previsão do edital que é simplesmente cancelar os locais de prova e devolver os recursos para as pessoas. Mas obviamente que isso não fazia sentido, diante da dimensão de um estado inteiro sendo afetado com a possibilidade de outros estados serem afetados até domingo. Então não é que não havia previsão. Pelo contrário. Havia. Mas a previsão que estava prevista no edital não contemplava o grau de inédito dessa situação, infelizmente, que aconteceu no país nesse momento". 

Sobre uma nova data para o exame, ela explicou.

"Em relação à escolha da data, tem várias questões envolvidas. Tem, sim, envolvida a própria questão do Rio Grande do Sul, quando será regularizada a situação para realização da prova no estado. Mas não é a única dimensão. A gente tem toda essa questão logística. São 65 mil salas, que a gente precisa garantir que eles estão disponíveis. São mais de 4.000 locais de prova, onde estão essas 65 mil salas. Tem 200 mil  pessoas envolvidas, então a gente precisa garantir que essas pessoas estarão disponíveis em uma nova data. Então, por isso, que a decisão de uma nova data não pode ser tomada hoje. Depende da gente garantir todas essas condições logísticas para a prova".

 

Segundo a ministra Esther Dweck, as provas já tinham sido distribuídas aos estados e seriam levadas aos municípios.

Agora, a ideia é recentralizar todo o material para que ele possa ser aplicado numa nova data.

Sobre o custo do adiamento, a chefe da pasta disse que isso ainda precisa ser dimensionado.

Mas, o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Paulo Pimenta, já havia afirmado nesta semana que ficariam em torno de R$ 50 milhões. 

Edição: Roberta Lopes / Liliane Farias

Últimas notícias
Meio Ambiente

Brasil lidera deslocamentos por desastres naturais na América do Sul

Relatório da Organização Internacional para Migrações, da ONU, mostra que mais de 700 mil brasileiros precisaram se deslocar em 2022, a maior parte devido a enchentes. 

Baixar arquivo
Geral

Seis barragens no Rio Grande do Sul estão em situação de emergência

As estruturas apresentam risco de rompimento e exigem medidas para preservar vidas. 

Baixar arquivo
Geral

PAC: obra do Canal do Sertão Alagoano vai beneficiar 240 mil pessoas

De acordo com o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, o valor da obra chega a quase R$ 570 milhões e a previsão de execução é de 2 anos e 3 meses.

Baixar arquivo
Geral

Chuvas no RS afetam 1,7 milhão de pessoas; 107 morreram

Até o momento, 85% dos municípios do Rio Grande do Sul foram afetados pelas enchentes. Há previsão de mais chuva nesta sexta-feira. 

Baixar arquivo
Direitos Humanos

RJ: MPF analisa pedido para desarquivar processos de crimes policiais

Rede de Atenção a Pessoas Afetadas pela Violência de Estado solicita análise dos arquivamentos no período em que o delegado Rivaldo Barbosa, acusado de matar Marielle Franco, ocupou postos hierárquicos na Polícia Civil.

Baixar arquivo
Economia

BNDES vai liberar R$ 5 bilhões para pequenos empreendedores do RS

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social também anunciou a suspensão por 12 meses do pagamento de dívidas de empresas e produtores rurais do Rio Grande do Sul. 

Baixar arquivo