Anúncio de aumento de tributos pode ficar para quarta, diz Meirelles

Publicado em 27/03/2017 - 20:18 Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil - Brasília

Inicialmente programado para amanhã (28), o anúncio de aumento de tributos poderá ser adiado para quarta-feira (29), disse há pouco o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Segundo o ministro, a equipe econômica e a Advocacia-Geral da União (AGU) ainda estão avaliando quanto de receita de processos judiciais deve entrar para definir a data do anúncio.

Brasília - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, durante apresentação do Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias (Wilson Dias/Agência Brasil)

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que a equipe econômica e a AGU estão avaliando quanto de receita de processos judiciais deve entrar para definir a data do anúncioWilson Dias/Agência Brasil

“Estamos esperando algumas informações da AGU e mais umas manifestações judiciais de maneira que a gente possa ter a formatação das previsões de receita. Hoje em dia, o TCU [Tribunal de Contas de União] exige uma fundamentação muito bem formatada para embasar as previsões de receita. Não é apenas na base do que nós achamos [o quanto o governo arrecadará com os leilões das hidrelétricas]”, disse Meirelles.

O ministro destacou que o prazo legal para o decreto de contingenciamento [bloqueio de gastos não obrigatórios] ser publicado no Diário Oficial acaba na quinta-feira (30). Dessa forma, o anúncio pode ser feito até quarta-feira sem descumprimento dos prazos legais.

Na semana passada, Meirelles e o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, anunciaram que o Orçamento tem uma diferença de R$ 58,2 bilhões em relação ao necessário para cumprir a meta de déficit primário (resultado negativo sem pagar os juros da dívida pública) de R$ 139 bilhões. O montante, informou o ministro, será parcialmente coberto por meio do contingenciamento, da arrecadação com decisões judiciais que sairão esta semana e de possíveis aumentos de tributos.

Sobre os processos judiciais, o ministro disse que as decisões deverão render R$ 17 bilhões ao governo, o que reduziria o contingenciamento para R$ 41,2 bilhões. Segundo Meirelles, somente a regulamentação dos precatórios (dívidas que a Justiça manda o governo pagar) deverá render R$ 8,6 bilhões ao governo. O dinheiro, segundo ele, entrará no resultado primário do governo ainda este ano.

A devolução da concessão de usinas hidrelétricas, que está sendo julgada pela Justiça, deve render os R$ 8,4 bilhões restantes. Na semana passada, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, concedeu liminar que mandou a Companhia Energética de Minas Gerais devolver a concessão de uma hidrelétrica à União. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) julgará esta semana a devolução de outras usinas que também devem reforçar o caixa do governo.

Com o fim das concessões, o governo poderá leiloar novamente as usinas hidrelétricas. As estimativas de quanto a venda renderá ao governo foram feitas com base no preço médio do quilowatt-hora no último leilão de renovação de concessões de usinas, em 2015.

O encontro que Meirelles teria com o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, para fechar as medidas de corte foi adiado para amanhã, às 16h30. A reunião estava inicialmente prevista para esta tarde.

Edição: Fábio Massalli

Últimas notícias
O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, durante cerimônia de posse do diretor-geral da PF, na sede da corporação, em Brasília.
Justiça

AGU pede ao STF apuração de posts com divulgação de decisões de Moraes

O jornalista Michael Shellenberger divulgou na rede social X decisões sigilosas de Alexandre de Moraes. Para AGU, há suspeita de interferência no andamento dos processos e violação do sigilo dos documentos.