BC projeta crescimento da economia em 1% este ano e em 2,6% em 2018
O Banco Central (BC) aumentou a projeção para o crescimento da economia este ano e em 2018. A estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, foi ajustada de 0,7%, projeção de setembro, para 1%, de acordo com o Relatório de Inflação divulgado hoje (21), no site do BC.
Para 2018, a estimativa subiu de 2,2% para 2,6%, “em linha com a retomada gradual da atividade econômica ao longo do ano e com as perspectivas de sua continuidade nos próximos trimestres”.
O diretor de Política Econômica do BC, Carlos Viana de Carvalho, disse que há sinais de recuperação da economia “mais disseminada, em ritmo gradual”. Segundo ele, é possível observar a retomada no setor de comércio e na indústria. “Serviços é o setor em que a recuperação está um pouco mais devassada do que os demais”. Ele também destacou que os investimentos devem voltar em 2018.
Neste ano, a produção agropecuária deverá crescer 12,8%. A projeção para o desempenho do setor industrial é de queda de 0,3%. O setor de serviços deve apresentar crescimento de 0,3%.
A expectativa para os investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo) deve apresentar retração de 2,5%. A previsão para o consumo das famílias é 1,2%.
Indústria deve ter expansão de 2,9%
Em 2018, o BC projeta recuo de 0,4% na produção agropecuária, em linha com o primeiro levantamento de safra divulgado em novembro.
O crescimento da indústria é estimado em 2,9% e do setor de serviços em 2,4%. O consumo das famílias deve crescer 3%, com a melhora da renda, do crédito e sob efeito do “carregamento estatístico de 2017”, ano de recuperação da economia.
Para os investimentos, a expectativa de crescimento é de 3%, com a melhora esperada para o setor de construção civil.
Diferenças entre projeções
As estimativas do BC para o PIB ficaram abaixo das projeções do Ministério da Fazenda, de crescimento de 1,1%, neste ano e de 3% em 2018.
Para o diretor, é “natural haver diferenças de projeções”, principalmente para horizontes mais longos, como a de 2018.
Viana também destacou a importância da continuidade do esforço para aprovação de reformas estruturais, com a da Previdência, para que se mantenha juros e inflação baixos. “É uma questão de sustentabilidade de longo prazo”, disse, ao explicar que a aprovação da reforma da Previdência é importante para o futuro, não fazendo “tanta diferença” a aprovação somente em 2018.
O diretor acrescentou que a aprovação de reformas aumenta as chances de se ter crescimento econômico, com inflação baixa. “Obviamente, nunca há garantia de que vai ser diferente. Aumentam as chances de que com um cenário virtuoso como esse possa se materializar”.