logo Agência Brasil
Economia

Petrobras vende 25% do Campo de Roncador à Statoil por US$ 2,9 bilhões

Nielmar de Oliveira - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 18/12/2017 - 15:54
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro - Sede da Petrobras (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
© Tânia Rêgo/Agência Brasil
plataforma Petrobras

Serão feitos investimentos para aumentar o fator de recuperação do campoAgência Petrobras

A empresa petrolífera norueguesa Statoil pagou US$ 2,9 bilhões por 25% da participação da Petrobras no Campo de Roncador, localizado na área norte da Bacia de Campos, no norte Fluminense. Este foi um dos vários contratos assinados com a empresa norueguesa relacionados aos ativos da parceria estratégica firmados entre as duas companhias no final de setembro deste ano.

Também foram assinados outros contratos, segundo a Petrobras anunciou hoje (18), como o de cooperação técnica com foco em aumentar o volume recuperável de petróleo (fator de recuperação), incluindo a extensão da vida útil do mesmo campo; e o que dá à Statoil a opção de contratar uma determinada capacidade de processamento de gás natural no terminal de Cabiúnas (TECAB) para o desenvolvimento da área do BM-C-33 (Bacia Marítima de Campos 33), já operado pela empresa norueguesa em parceria com a brasileira.

Em nota, a Petrobras esclarece que “a operação ainda está sujeita ao cumprimento de todas as condições precedentes previstas no SPA [Sistema de Produção Antecipada], incluindo a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)”.

Dos US$ 2,9 bilhões pagos pela Statoil por 25% de Roncador, US$ 2,35 bilhões serão desembolsados no fechamento da operação e US$ 550 milhões em pagamentos contingentes relacionados aos investimentos dos projetos para aumentar o fator de recuperação do campo.

Dessa forma, os investimentos futuros neste campo serão realizados na proporção 2 por 1, com a Statoil assumindo 25% adicionais, limitados a US$ 550 milhões, além da sua participação adquirida. A Petrobras continuará como operadora do campo, com a participação de 75%.

Roncador

O campo de Roncador está a cerca de 125 km do Cabo de São Tomé, península localizada a 40 quilômetros de Campos dos Goytacazes. Localizado em lâmina d'água que varia de 1.500 a 1.900 metros, o campo foi descoberto em outubro de 1996, com a perfuração do poço 1-RJS-436A. Possui uma área de aproximadamente 400 quilômetros quadrados (km²) e tem quatro unidades de produção instaladas: P-52, P-54, P-55 e P-62.

A produção média deste campo, em novembro, foi de aproximadamente 240 mil barris de óleo por dia e 40 mil barris de óleo equivalente (petróleo e gás natural) por dia. O campo de Roncador tem aproximadamente 10 bilhões de barris petróleo e óleo equivalente em volume in place (no local) e uma expectativa de volume recuperável remanescente superior a 1 bilhão barris equivalentes.

Segundo a Petrobras, “a ambição é aumentar o fator de recuperação, por meio dessa parceria com a Statoil, em pelo menos 5%, o que pode trazer um volume adicional de aproximadamente 500 milhões barris equivalentes".

Geração de valor

No fato relevante em que comunica o acordo ao mercado, a Petrobras esclarece que “a parceria estratégica com a Statoil está fundamentada num alinhamento de interesses estratégicos das duas companhias e no potencial de geração de valor para as partes, em função de seus conhecimentos e experiências nos segmentos de exploração e produção em águas profundas e de gás natural”.

A Statoil, segundo a Petrobras, tem reconhecida experiência na otimização de campos maduros offshore com foco na maximização dos fatores de recuperação e na extensão da vida útil desses campos. Tem, ainda, “destacada atuação no segmento de gás natural, sendo o segundo maior fornecedor de gás para o mercado europeu e larga experiência e conhecimento em logística, comercialização e regulação do setor”.

Atualmente, a Petrobras e a Statoil são parceiras em 13 áreas, em fase de exploração ou de produção, sendo que dez estão localizadas no Brasil e três no exterior. A transação faz parte do Programa de Parcerias e Desinvestimentos da Petrobras para o biênio 2017-2018.