logo Agência Brasil
Geral

Centrais sindicais protestam em São Paulo contra terceirização do trabalho

Elaine Patricia Cruz - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 15/04/2015 - 16:26
São Paulo

Centrais sindicais e movimentos sociais realizam um protesto, neste momento, em frente à Federação da Indústrias dos Estado de São Paulo (Fiesp), na Avenida Paulista, para protestar contra o Projeto de Lei 4.330, que regulamenta a terceirização no mercado de trabalho, 

Este é um dos protestos que ocorrem durante todo o dia de hoje (15) em São Paulo e outras cidades, como parte do Dia Nacional de Paralisação. Um ato político deve ocorrer no mesmo local, por volta das 16h.

"O ato tem um simbolismo importante, sobretudo pelo que representa esse nefasto projeto da terceirização", disse o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo. Segundo ele, o projeto “obriga os trabalhadores a um trabalho penoso, insalubre, com menos salário e maior incidência de doença ocupacional e óbito. Isso é o que se verifica hoje no trabalho terceirizado".

Araújo considera o projeto "um atentado aos direitos sociais e trabalhistas", porque, segundo ele, pressupõe a extinção do direito constitucional do trabalho, a extinção da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e a desregulamentação dos direitos sociais e trabalhistas. O sindicalista disse que o ato é realizado em frente à Fiesp porque ela foi "a principal mentora na articulação dos empresários". Procurada pela Agência Brasil, a Fiesp ainda não se pronunciou sobre o assunto.

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, disse que, caso o projeto seja aprovado, uma greve será convocada em todo o país. Além disso, os deputados e senadores que votarem a favor do projeto terão suas "caras colocadas no país inteiro, na internet e em postes, como traidores da classe trabalhadora e financiados por empresários e patrões", informou. "Se for necessário faremos uma greve para impedir esse PL 4.330."

Para ele, é mentirosa a versão de que o objetivo do projeto é regulamentar os 12,7 milhões de terceirizados que existem. "É mentira canalha. Esse projeto não é para isso. Ele permite que os outros 40 milhões, que não são terceirizados, tornem-se terceirizados a partir do momento que acaba com o conceito de atividade-fim.”

Segundo o presidente da CUT, se passar o projeto, da forma como está escrito, o trabalhador será demitido porque o patrão poderá demiti-lo para contratar uma empresa que vai trazer um trabalhador custando a metade do que o empregado custa. "Esse projeto significa o fim da CLT, acabando com as férias."

A intenção dos organizadores do protesto é permanecer durante toda a tarde em frente à Fiesp, esperando que os manifestantes de um ato no Largo da Batata, marcado para as 17h, reúnam-se com eles na Avenida Paulista. Outro protesto ocorre neste momento no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp) por movimentos de moradia, também contrários ao projeto de terceirização.

Segundo a coordenadora da União Nacional por Moradia Popular, Maria das Graças Xavier, é um ato em defesa da moradia digna, contra os cortes fiscais e a favor da reforma política e urbana. "Com a terceirização, perde-se vários direitos". Ela informou que os manifestantes encerrar o ato na sede da Caixa Econômica Federal, também na Avenida Paulista, a poucos metros de distância. O movimento pretende ainda ir de ônibus a Brasília, onde haverá um ato amanhã (16).