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Custo Brasil: secretário municipal de SP é preso por suspeita de fraude

Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 23/06/2016 - 12:14
Brasília

O secretário municipal de Gestão da prefeitura de São Paulo, Valter Correia da Silva, é um dos onze presos preventivamente pela Operação Custo Brasil, deflagrada hoje (23) pela Polícia Federal (PF), Ministério Público Federal (MPF) e Receita Federal.

Correia é investigado por suposta participação no esquema que teria desviado cerca de R$ 100 milhões do Ministério do Planejamento, entre os anos de 2010 e 2015. Segundo a PF, o dinheiro era desviado por meio da assinatura de contratos fraudulentos com empresas prestadoras de serviços de informática.

Versão da polícia

“Ao longo da investigação, percebemos que havia uma concatenação de ideias e de vontades de manter a contratação da empresa Consist, que abria mão de parte de seu faturamento, cerca de 70%, que eram direcionados ao pagamento de propinas”, disse o delegado regional de Combate ao Crime Organizado, Rodrigo de Campos Costa, evitando atribuir a criação do esquema ao ex-ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, também preso esta manhã. "Não dá para dizer que foi criado pelo ex-ministro, mas que contou com a participação ativa dele, seguramente".

Correia ocupou o cargo de secretário de Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão de 2005 a 2007. De fevereiro de 2011 a novembro de 2012, ele ocupou a secretaria-executiva adjunta do ministério. E entre novembro de 2012 e fevereiro de 2015, chefiou a assessoria Especial para Modernização da Gestão da pasta. Em março de 2015, foi convidado para trabalhar com o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad.

Procurada pela reportagem, a prefeitura de São Paulo informou que, esta manhã, Correia pediu exoneração do cargo. O pedido foi encaminhado pelo advogado de Correia (cujo nome a prefeitura não informou) com o intuito de permitir que o ex-secretário possa se defender das acusações, “alheias à administração municipal”. Em nota, a Secretaria de Comunicação acrescenta que Correia “cumpriu suas funções com diligência, de forma transparente e republicana” durante o tempo em que esteve à frente da Secretaria de Gestão. A Agência Brasil não conseguiu contato com a defesa do secretário.

* Texto atualizado às 13h10 para inclusão do posicionamento da prefeitura