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Desembargador que concedeu prisão domiciliar a Cachoeira se declara suspeito

Vladimir Platonow - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 05/07/2016 - 21:01
Rio de Janeiro

Responsável pela concessão de prisão domiciliar ao empresário Carlos Augusto Cachoeira, o Carlinhos Cachoeira, medida estendida aos demais denunciados na Operação Saqueador, incluindo o ex-diretor da construtora Delta Fernando Cavendish, o desembargador Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), declarou-se suspeito para atuar no caso.

Athié enviou hoje (5) um ofício à presidência do TRF2 com a declaração, que será juntada ao processo. De acordo com a assessoria do tribunal, o processo será redistribuído por sorteio a um dos outros dois juízes que fazem parte da mesma turma de Athié: os desembargadores Abel Gomes e Paulo Espírito Santo.

As decisões já tomadas por Athié no caso não serão automaticamente consideradas nulas, segundo o tribunal, pois caberá ao novo relator do processo analisá-las, para decidir se as mantêm ou não.

Pedido do MPF

O Ministério Público Federal (MPF) havia pedido à Justiça que o desembargador não julgasse mais os casos relacionados ao ex-dono da Delta pela demonstração de laços de amizade entre o magistrado e o advogado que representa o empresário Fernando Cavendish.

“Sem pretender fazer juízo de mérito sobre o julgamento realizado, não há como se recusar a constatação de que as circunstâncias descritas retiram do magistrado o distanciamento e a imparcialidade necessários à apreciação desse processo, sobretudo pelo fato de Fernando Antônio Cavendish Soares constar como parte”, destacou a procuradora regional da República Monica Campos de Ré no pedido.