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Equipe de Dória anuncia aumento da velocidade nas marginais da capital paulista

As marginais Tietê e Pinheiros voltarão a ter limites de velocidade de
Daniel Mello – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 20/12/2016 - 16:40
São Paulo
Pistas locais das marginais Pinheiros e Tietê tiveram sua velocidade reduzida para 50 km/h ( Marcelo Camargo/Agência Brasil)
© Marcelo Camargo/Agência Brasil

As marginais Tietê e Pinheiros, em São Paulo, voltarão a ter limites de velocidade de até 90 quilômetros por hora (km/h) a partir de 25 de janeiro. As mudanças em relação às principais vias da capital paulista foram anunciadas hoje (20) pelo futuro secretário municipal de Transportes Sérgio Avelleda.

A elevação dos limites de velocidade foi uma promessa de campanha do prefeito eleito João Dória. A prefeitura havia reduzido as máximas permitidas não só nas marginais, como em diversas ruas e avenidas da cidade, como parte de um programa de segurança no trânsito.

Redução de acidentes

A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) divulgou, em outubro, um balanço que mostrou queda de 52% no número de acidentes fatais nas marginais Tietê e Pinheiros, durante o primeiro ano de implantação da redução de velocidade nas duas vias. De julho de 2014 a junho de 2015, foram registrados 64 acidentes com mortes. De julho de 2015 a junho de 2016, ocorreram enquanto 31.

A queda foi influenciada, principalmente, pela redução dos atropelamentos fatais, que passaram de 24 ocorrências – de julho de 2014 a junho de 2015 – para apenas uma ocorrência no período equivalente até 2016, redução de 95,8%. Já os acidentes com mortes envolvendo veículos caíram de 40 para 30 ocorrências, diminuição de 25%.

Para compensar a elevação dos limites, que ficaram em 90 km/h nas pistas expressas e 60 km/h nas pistas locais, a nova gestão da administração municipal pretende desenvolver uma série de medidas. Entre elas está o limite de 50 km/h apenas para a faixa da direita das pistas locais, onde são feitas as conversões e circularam ônibus.

Segundo o novo presidente da CET, João Octaviano, essa diferença é um “incremento no padrão de segurança” e será fortemente sinalizada. “A pessoa vai ser lembrada sempre que, por questões de segurança, essa é uma de 50 quilômetros por hora. Também vai ser colocada uma sinalização da necessidade de redução de velocidade antes de mudar de faixa”, ressaltou.

Motociclistas e ambulantes

Como a maior parte dos acidentes envolvem motocicletas ou pedestres, a nova gestão quer focar esforços nesse público. “Estamos trabalhando para eliminar todos os fatores de risco que hoje determinam os acidentes na marginal, que são motociclistas e atropelamentos. São esses os acidentes significativos. A via foi projetada com condições geométricas para suportar essas velocidades, disso não se tem dúvidas”, afirmou Avelleda.

Para isso, serão intensificadas as ações de combate ao comércio ambulante que acontece principalmente durante os congestionamentos. “Esse pedestre que está hoje na marginal é o morador ou ambulante que vamos tratar durante todo o mês de janeiro com ações preventivas, com ações da Secretaria de Desenvolvimento Social e também com a fiscalização das subprefeituras, aliadas com a Guarda Civil”, acrescentou o futuro secretário.

Movimentos sociais

Ontem (19), grupos de ativistas em mobilidade entregaram documento que pede ao Ministério Público de São Paulo que seja mantida a política de redução da velocidade máxima nas vias da capital paulista. Assinam o dossiê a Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade), a Associação pela Mobilidade a Pé em São Paulo (Cidadeapé), o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e os movimentos Bike é Legal, Bike Zona Sul e Sampapé.

No dossiê, são apresentados os dados e marcos legais que embasam a diminuição da velocidade nas vias. As entidades pedem que a nova gestão municipal dialogue com a sociedade civil antes de fazer alterações nessa política. "Estamos buscando todas as vias de diálogo com a nova gestão para dar visibilidade às pessoas mais vulneráveis no trânsito, mas vemos que não temos mais opções. Por isso protocolamos os documentos, para mostrar que existe uma demanda contrária à volta das altas velocidades", disse a representante do Cidadeapé, Carolina Nunes, representante do Cidadeapé.