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Projeto vai coletar dados sobre comportamento de espécies na floresta amazônica

As informações serão transmitidas por satélite em tempo real para os
Da Agência Brasil
Publicado em 04/03/2017 - 18:40
Brasília
Na Reserva Mamirauá, pesquisadores e ribeirinhos buscam a sustentabilidade pelo manejo florestal  (Tomaz Silva/Agência Brasil)
© Tomaz Silva/Agência Brasil

Uma rede de sensores com microfones e câmeras será instalada sob a copa das árvores para coletar informações sobre o comportamento das espécies no interior da floresta amazônica, de forma contínua. A tecnologia reduzirá a presença humana e os custos das expedições de campo e vai identificar as espécies por imagem e som e transmissão remota de dados. As informações serão transmitidas por satélite em tempo real para os pesquisadores.

Composto por três fases, o projeto Providence é coordenado pelo Instituto Mamirauá, unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), em parceria com a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), a Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation (CSIRO), o The Sense of Silence Foundation e o Laboratório de Aplicações Bioacústicas da Universidade Politécnica da Catalunha (UPC).

Dez sensores serão instalados, neste mês, em diferentes pontos da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, na interior da Amazônia. Na primeira fase do projeto, iniciada em outubro de 2016 e com duração de 18 meses, os pesquisadores vão avaliar se a rede de sensores terá capacidade de captar sons e imagens de animais a partir de amostras. Para isso, foram escolhidas dez espécies, entre elas a onça-pintada, o macaco-guariba e o boto-cor-de-rosa. A escolha desses animais foi feita por causa dos sons característicos, da abundância na região e do carisma. O projeto tem U$S 1,4 milhão em recursos da Fundação Gordon and Betty Moore.

Os dados coletados pelos sensores servirão para preencher lacunas no monitoramento da fauna da região amazônica. De acordo com o ministério, as informações levantadas são utilizadas em estratégias de conservação de espécies e criação e gestão de unidades de conservação. A expectativa é de que o projeto, ao final, tenha mil aparelhos espalhados pela floresta.