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Gilmar Mendes diz que Supremo pode discutir acordo de delação da JBS

André Richter – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 26/05/2017 - 16:13
Brasília
Brasília - Gilmar Mendes participa da Conferência Internacional de Ciências Forenses e reúne peritos criminais, médicos legistas, policiais civis e federais, juízes, membros do Ministério Público, defensores públicos, advogados,
© Antônio Cruz/Agência Brasil

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes disse hoje (26) que o plenário da Corte poderá discutir a validade dos termos do acordo de delação premiada da JBS. Para o ministro, outra questão que também deverá ser reanalisada pelo STF é a da decretação da prisão de condenados com sentença confirmada pela segunda instância. Ambos os casos terão impacto nas investigações da Operação Lava Jato.

Os questionamentos sobre o acordo da JBS começaram após os termos terem sido divulgados pela imprensa na semana passada. Segundo acordo assinado pelos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da empresa, com a Procuradoria-Geral da República (PGR), eles não cumprirão pena de prisão e poderão morar nos Estados Unidos, onde está parte dos negócios da família. Nos demais casos envolvendo delatores envolvidos em desvios da Petrobras, a pena de prisão por tempo determinado e o uso de tornozeleira eletrônica foram aplicados.

Segundo Gilmar Mendes, o juiz poderia fazer uma homologação prévia da delação, e os termos poderiam ser referendados por um colegiado. “A mim me parece que, neste caso, como envolve o presidente da República, certamente vamos ter que discutir o tema no próprio plenário”, disse o ministro.

Sobre a questão da prisão após condenação pela segunda instância da Justiça, Mendes esclareceu que a decisão do STF que autorizou o cumprimento da sentença não é obrigatória e poderá ser revista.

“Em uma decisão de segunda instância é possível já autorizar a prisão, isso que nós dissemos. Não dissemos que ela se torna obrigatória. Acho que está havendo uma certa confusão em torno disso”,  afirmou  Gilmar Mendes.